Uma alemã nonagenária foi sentenciada nesta quarta-feira em apelação por um tribunal de Hamburgo a um ano e quatro meses de prisão por negar o genocídio dos judeus pelos nazistas.
Ursula Haverbeck, de 95 anos, havia sido condenada em 2015 em primeira instância a dez meses de prisão por “incitação ao ódio”, após ter declarado que o campo de concentração e extermínio de Auschwitz era “apenas um campo de trabalho”.
A mulher se apresentava como representante do “revisionismo histórico”, caracterizado pela negação do Holocausto, e se proclamava uma “lutadora intrépida pela verdade”.
O processo em apelação, inicialmente previsto para 2018, foi adiado várias vezes, principalmente por causa da pandemia de COVID-19. Na audiência em Hamburgo, contou com o apoio de simpatizantes que interromperam várias vezes as deliberações, informou o porta-voz do tribunal.
A acusada é viúva de Werner Georg Haverbeck, um ultradireitista falecido em 1999, com quem havia fundado em 1963 o Collegium Humanum de Vlotho (centro da Alemanha), apresentado como um centro educacional, mas conhecido como um foco de negacionismo até sua ilegalização em 2008.
Auschwitz-Birkenau é o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazista contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram nesse campo entre 1940 e 1945. Lá também morreram cerca de 80.000 poloneses não judeus, 25.000 ciganos e 20.000 soldados soviéticos.