Jornalismo ambiental e suas Narrativas Visuais foi o tema do workshop com o fotógrafo André Dib, realizado pelo governo do Acre, por meio das secretarias do Meio Ambiente (Sema) e de Comunicação (Secom), nesta quarta-feira, 19, no Museu dos Povos Acreanos (MPA), em Rio Branco.
O evento, que foi voltado para os profissionais da área de comunicação, como fotógrafos, jornalistas, blogueiros e profissionais de redes sociais, também contou com a participação dos fotógrafos acreanos Alexandre Cruz-Noronha (Sema) e Marcos Vicentti (Secom) e com o ornitólogo Ricardo Plácito, servidor da Sema. Todos participaram de uma expedição ao Parque Estadual Chandless entre os dias 12 e 18 deste mês, e compartilharam suas experiências profissionais e dicas sobre fotografia documental.
“Falar do meio ambiente sob a ótica da comunicação e do fotojornalismo é fundamental”, observou a titular da Sema, Julie Messias. “O estado tem uma cobertura florestal de mais de 84%; como enxergar toda essa riqueza, toda essa biodiversidade? É uma riqueza que precisa ser demonstrada, contada, reconhecida, e a fotografia expressa, além da imagem, os sentimentos. É captar através do olhar, de um gesto, do comportamento das pessoas ou da natureza”, completou.
A ação faz parte da programação que celebra os 20 anos do Parque Estadual Chandless, única unidade de conservação de proteção integral gerida pelo Estado, por meio da Sema, criada em 2 de setembro de 2004, por meio de decreto estadual.
“Este momento de comemoração marca um processo de gestão; estamos lá no dia a dia para tentar fazer acontecer um trabalho de conservação em uma área que corresponde a 4% do estado. Então, temos muito o que comemorar e muito o que trabalhar também, porque existem famílias e uma natureza maravilhosa naquele lugar”, afirmou a gestora do parque, Flávia de Souza.
Localizado na região central do Acre, entre Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, é uma das áreas mais ricas em biodiversidade e sua principal característica são as florestas de bambu.
A secretária de Comunicação, Nayara Lessa, agradeceu a presença de todos. “Espero que todos tenham aproveitado bastante e aprendido um pouco mais com todas as experiências compartilhadas”, declarou.
Mais de 60 profissionais das áreas de comunicação e ambiental participaram do workshop. Valéria Santana, que é jornalista e faz trabalho freelancer cobrindo pautas ambientes e assessoria de comunicação da área cultural, destacou a importância da fotografia para ajudar a contar a história, observando que existem profissionais dedicados em aprimorar a técnica com um olhar mais sensível.
“Eu considero cada detalhe do que eles passaram importante pra gente se aprimorar como profissional, mas também fazer aquilo que a secretária Julie sugeriu, que é a gente aprender a se reconhecer como pessoas que vivem nesse lugar”, disse.
André Dib
Fotógrafo desde 2002, André Dib tem especialização em fotografia documental, produzindo conteúdo para as principais revistas do país e de publicações relevantes do exterior. Participou de diversas expedições pelo mundo, a fim de documentar paisagens, fauna e flora, bem como registrar o modo de vida de povos e comunidades tradicionais.
Durante o encontro André Dib compartilhou sua experiência e salientou que fotografia documental é trazer a bandeira de conservação, conhecimento, história. “Fotografia não é só apertar o botão, você precisa conhecer o que vai fotografar. A fotografia documental precisa de aprofundamento. Fotografar é um ato político”, afirmou.
Nos últimos anos André Dib vem se especializando em direção de fotografia, captando imagens em movimento e realizando documentários de cunho social e ambiental, tendo produzido conteúdo para ONGs e instituições como WWF, Greenpeace, Itaú Social, SOS Amazônia, Instituto Juruá, Fundação Grupo Boticário, TNC, USAID, FAO (ONU), ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro e já teve muitos de seus ensaios apresentados em mostras e exposições dentro e fora do país.