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Aos 77 anos, professora aposentada recebe transplante de córnea e tem visão restaurada na Fundhacre

Por Agência de Notícias do Acre

Na zona rural de Mâncio Lima, interior do Acre, dona Maria Ventura, de 77 anos, viveu anos de dificuldade com a visão. Acometida por uma ceratopatia bolhosa no olho direito, a professora aposentada pôde receber um transplante de córnea na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco, nesta quinta-feira, 25.

Maria fez a cirurgia nesta quinta-feira na Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Há cerca de 20 anos, um acidente deixou dona Maria com a córnea do olho direito danificada. “A visão começou a piorar com o tempo. Os médicos disseram que foi um milagre eu estar viva”, recordou. A dor e a dificuldade de enxergar limitaram sua vida em muitos aspectos: “Eu via algumas coisas de perto, mas, de longe, nada”.

Dona Maria entrou na fila de espera para o transplante em outubro de 2019. Desde então, a expectativa fez parte do seu dia a dia. No último mês, ao realizar seus exames de rotina, ela e a família foram surpreendidas. “A doutora Natália me disse que a qualquer momento eu poderia ser chamada para o transplante”, contou.

Procedimento durou cerca de uma hora. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

O procedimento, conduzido pela médica oftalmologista Natália Moreno,  incluiu também a correção de catarata. “A lesão causada pelo acidente iniciou a falência de córnea, ela começou a perder células endoteliais e, associado a isso, apareceu a catarata, que também foi corrigida durante o transplante”, explicou a cirurgiã.

“Fazemos os transplantes de córnea na Fundação desde 2009. A demanda é de acordo com as doações, então, quanto mais oferta de tecido tivermos, mais possível é realizar a cirurgia. Temos toda a logística para realizar o transplante, mas há épocas em que recebemos menos doações, por isso buscamos incentivar esse gesto”, detalhou.

A cirurgia foi conduzida pela médica Natália Moreno. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“É sempre um dia feliz quando realizamos um transplante. Esse já é o trigésimo do ano. A cirurgia foi um sucesso, sem intercorrência nenhuma, e isso só foi possível graças a esse empenho, união e esforço de toda a equipe da Fundhacre e da Sesacre [Secretaria de Estado de Saúde] em manter o programa ativo e alcançando cada vez mais vidas”, disse a coordenadora do Serviço de Transplante da Fundhacre, Valéria Monteiro.

Valéria Monteiro coordena o Serviço de Transplante da Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

A professora aposentada, que dedicou sua vida ao ensino e à comunidade de Mâncio Lima, agora pode ver o mundo com clareza novamente. “Estou ansiosa para ver como a minha visão vai melhorar e poder voltar a fazer as coisas que eu amo. Graças a Deus deu tudo certo”, comemorou.

A família compartilha do mesmo sentimento. “É muito gratificante ter essa resposta da Fundação, me sinto realizado com a cirurgia da minha tia, que está muito grata também. Agradeço a toda a equipe, em especial à doutora Natália, que trouxe a felicidade dela de volta”, agradeceu o sobrinho, José Ventura, que acompanhou Maria durante todo o processo.

José Ventura veio de Mâncio Lima com a tia para acompanhá-la no procedimento. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Desde 2009, a Fundhacre já realizou 332 transplantes de córnea. A instituição está credenciada para realizar três modalidades de transplante, sendo de órgãos sólidos (fígado e rim) e de tecido (córnea). O atendimento do serviço de transplantes funciona de segunda a sexta, das 7h às 12h e das 13h às 16h, e é necessário um encaminhamento médico para a modalidade, que necessita de avaliação.

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