Na tarde desta terça-feira (16), o governo de Rondônia publicou uma nota falando do funcionamento da saúde em Rondônia. A atitude se deve após reportagem sobre a condição caótica do Hospital e Pronto Socorro João Paulo II ir ao ar no programa Domingo Espetacular, da Record TV, no último domingo (14).
O maior hospital público do estado faz atendimentos além do limite permitido de pacientes há muitas décadas e as condições de quem necessita passar pelo local são desumanas.
A reportagem mostrou, além da situação trágica do local, a paralização das obras do Hospital de Emergência e Urgência (Heuro), cujo projeto promete vários leitos e um grande potencial de realização de cirurgias e outros procedimentos.
Em um dos pontos da nota, é dito que “o João Paulo II é um hospital que mesmo com suas deficiências tem cumprido com a sua missão, que é atender toda demanda de urgência e emergência, além daquelas solicitadas todos os dias”.
A nota cita também a compra de um hospital de retaguarda para a ampliação, o que foi questionado por órgãos de fiscalização e pela opinião pública, já que, com o valor gasto, outros hospitais e unidades de saúde poderiam ser construídos, com cifras inferiores ao que foi pago.
Confira a nota na íntegra:
“A Sesau vem a público esclarecer que o João Paulo II é um hospital que mesmo com suas deficiências tem cumprido com a sua missão, que é atender toda demanda de urgência e emergência, além daquelas solicitadas todos os dias. Trata-se de uma unidade construída há mais de 30 anos e que mesmo assim tem realizado em média 30 cirurgias diariamente. A demanda desta unidade de saúde é altíssima, recebendo pacientes dos 52 municípios de Rondônia. O Governo tem feito sua parte, contratando leitos clínicos em hospitais particulares, está reformando e construindo hospitais no interior e acompanhando e fiscalizando o Consórcio Vigor Turé para agilizar as obras referentes ao novo Hospital de Urgência e Emergência, que ainda não regularizou sua situação junto à prefeitura de Porto Velho.
A fim de ampliar o atendimento, o Governo de Rondônia ainda comprou um hospital de retaguarda que possui 117 leitos e centro cirúrgico para agilizar o atendimento à população. A saúde pública de Rondônia tem suas deficiências porque nunca fechou as portas para ninguém. Atendemos pacientes da Bolívia, comunidades de povos originários, além de toda população ribeirinha e quilombola, bem como moradores dos 52 municípios de Rondônia, moradores do Amazonas e Acre, que são transferidos para Porto Velho todos os dias.
A Sesau faz monitoramento diário em torno das ocupações das unidades de saúde e conta com a ajuda dos demais órgãos de Governo. A título de comparação, as ações realizadas pelo Detran e Polícia Militar, por exemplo, reduzem em muito o volume da demanda nos finais de semana. Isso significa que todo acidente de trânsito com vítima, registrado em Porto Velho (e em alguns casos em municípios de Rondônia e regiões vizinhas) acaba no hospital João Paulo II, que é a porta de entrada de urgência e emergência da rede pública de saúde.
É imprescindível compreender que a rede pública de saúde sempre possuiu uma demanda muito alta, e que a gestão atua a fim de organizar e regularizar esse fluxo de modo que todos sejam atendidos no menor espaço de tempo. A Secretaria de Saúde está executando o projeto Compartilhando Saúde, que é uma das ferramentas adotadas para coordenar a demanda. Por meio deste único programa já foram realizadas mais de 7 mil cirurgias em parceria com 21 municípios de Rondônia.
A saúde pública de todo país possui, ainda, prejuízos e demanda represada do período relacionado à pandemia causada pelo Coronavírus. As cirurgias eletivas e diversas ações de saúde precisaram ser suspensas e a situação de emergência atrasou o cronograma de todo trabalho relacionado à saúde pública no país e no mundo. Ainda em tempo, é importante destacar que o Governo nunca se escondeu de suas obrigações e trata seus assuntos e demandas com a transparência necessária para se construir políticas públicas eficientes e humanizadas.”