O Exército israelense atacou a região com tanques por via terrestre e também lançou bombardeios pelo ar em ataques contra o Hamas, que, segundo o governo de Israel, se infiltrou na zona humanitária.
“Desde esta manhã, as forças de artilharia da IAF e da IDF atingiram mais de 30 locais de infraestrutura terrorista em Khan Younis, incluindo a área de onde um projétil foi lançado em direção a Nirim, no sul de Israel, hoje mais cedo”, disseram os militares.
Cerca de 400 mil pessoas viviam nas áreas atingidas e as famílias não tiveram que deixar suas casas antes do perigo, de acordo com autoridades palestinas. Fotos mostram algumas delas fugindo em carroças puxadas por burros, outras a pé, carregando colchões e outros pertences.
“É como o dia do juízo final. As pessoas estão fugindo sob fogo, muitas estão mortas e feridas nas estradas”, afirma um morador, que se identificou apenas como Abu Khaled, à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.
A nova ordem de evacuação reduz a zona humanitária de 60 km², para a qual Israel vem dizendo aos palestinos para fugirem para escapar de suas ofensivas, em cerca de 10 km². Uma mulher que fugia com os filhos sob o sol escaldante desmaiou de exaustão momentos depois de desabafar à agência de notícias Associated Press:
“Não sabemos para onde estamos caminhando. Esta é a sétima ou oitava vez que fomos deslocados. Enquanto dormíamos em nossas casas, eles começaram a atirar em nós, bombardeando de todos os lugares”, disse Kholoud Al Dadas.
Um dos ataques atingiu o lado de fora do Hospital Al-Aqsa, na cidade central de Deir-Al-Balah, onde muitas pessoas estavam vivendo em tendas na rua e atingiu uma usada por jornalistas locais, matando um deles e ferindo outras duas pessoas.
No Hospital Nasser, algumas pessoas ficaram do lado de fora do necrotério para se despedir de parentes falecidos.
“Estamos cansados em Gaza. Todos os dias nossos filhos são martirizados, todos os dias, a cada momento”, disse Ahmed Sammour, que perdeu vários parentes nos bombardeios do leste de Khan Younis à Reuters.
Autoridades de saúde do hospital pediram aos moradores que doassem sangue devido ao grande número de vítimas sendo levadas às pressas para o centro médico.
“Uma família, incluindo crianças, foi despedaçada enquanto dormiam”, disse um homem que chegou ao hospital em uma ambulância carregando os corpos à Reuters.