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Caso Joca: inquérito diz que cão morreu dentro de avião e aponta erro

Por Metrópoles

São Paulo — Polícia Civil de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, concluiu a investigação sobre a morte do cão Joca, golden retriever que morreu após ser embarcado em um voo errado da companhia aérea Gol em Abril deste ano.

De acordo com apuração do G1, o relatório final afirma que “houve efetivo erro no embarque do animal” durante a logística de viagem do animal.

As investigações ouviram 12 pessoas. Entre elas estão o tutor e funcionários da companhia.

Entre os ouvidos está o coordenador operacional de logística da GOLLOG, serviço contratado pelo tutor do cão, João Fantazzini, para realizar o transporte de Joca.

Nele, o profissional afirmou que tomou conhecimento do ocorrido e que um agente de cargas e outro funcionário do setor de gerenciamento de risco teriam conduzidos o animal a outro colaborador responsável pelo embarque do cachorro.

Entretanto, o supervisor de operações de cargas da GOL, companhia aérea responsável pelo transporte, alegou que assim que o erro foi percebido, já com Joca em Fortaleza, uma equipe foi montada para acompanhar o caso.

Um outro supervisor, responsável pelo embarque do animal na aeronave, ouvido pelas autoridades assumiu o erro de conferência de carga e que, por isso, acompanhou todo o retorno do cão.

Além disso, a polícia ouviu um agente de cargas de pista da companhia que confirmou que, juntou com outro colega, fez o transporte do animal até o local de embarque da aeronave errada em Guarulhos.

Dois funcionários afirmaram que Joca já chegou morto em São Paulo.

Choque Cardiogênico

O laudo necroscópico da morte do cachorro apontou que ele morreu após seu coração perder a capacidade de bombear sangue para os órgãos. Quadro clínico é chamado de choque cardiogênico.

Segundo o documento, realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), o coração de Joca apresenta uma “hipertrofia do ventrículo esquerdo” e vasos sanguíneos obstruídos.

O laudo, feito no dia 16 de maio, é o segundo ao qual animal foi submetido. Ele foi anexado ao inquérito da Polícia Civil.

O legista afirmou que os órgãos analisados apresentaram “acentuado grau de autólise” e por isso diagnósticos macroscópicos foram impossibilitados.

À época, o advogado do tutor de Joca, Marcello Primo Muccio, revelou que o laudo necroscópico reforça a tese de que o cão foi vítima de maus-tratos.

Ao Metrópoles, levantou a possibilidade de que Joca tenha passado por turbulência e cobrou que a polícia aponte um responsável pela morte.

“Só o fato de ter sido colocado no voo errado já configura maus-tratos. Depois, com o depoimento do funcionário de Fortaleza, de que a caixa de transporte estava solta no compartimento do porão do avião sem qualquer equipamento de segurança, isso comprova maus-tratos. Quem garante que não teve turbulência? Será que o piloto foi avisado que tinha um animal naquele voo? O delegado tem que apontar o responsável pelo crime”, afirma o advogado.

Voo errado

O cão Joca deveria ter saído do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com destino ao Aeroporto Municipal de Sinop, no Mato Grosso, no voo 1480. A companhia aérea, no entanto, embarcou Joca em um voo diferente, para Fortaleza, capital cearense. O tutor dele, João Fantazzini, só soube do erro ao chegar no Mato Grosso.

Após ser avisado sobre o erro, o tutor voltou para Guarulhos para reencontrar Joca em São Paulo. Em nota, a companhia afirmou ter sido surpreendida pela morte do cachorro quando o avião pousou com ele em Guarulhos.

“A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal”, diz a nota.

A Gol afirmou que “lamentou profundamente” a morte de Joca e se solidarizou com a dor do seu tutor. A companhia admite que uma falha operacional fez com que o cachorro fosse embarcado no voo errado e diz que a apuração dos detalhes do caso está sendo conduzida com “prioridade total”.

Novo pet

O tutor do cachorro Joca ganhou um novo animal de estimação no último 27 de junho. João Fantazzini recebeu um filhote da mesma raça, como um presente da mãe. O animalzinho, de dois meses e meio, ganhou o nome de Ástor.

“Foi uma surpresa absurdamente grande para mim. De manhãzinha, eu estava no escritório trabalhando. O telefone tocou e era o pessoal do taxidog. Eles disseram que tinham uma surpresa para mim, da minha mãe. A gente fica sem reação. A surpresa era esse filhote”, disse João Fantazzini em stories publicados em seu perfil no Instagram.

A ideia, segundo ele, não é que o novo cachorro substitua Joca. “Gratidão de todo meu coração! E tenho certeza que nosso Joca está muito feliz e comendo muitas maçãs e rúculas lá no céu! O Joca veio com um propósito, e eu tenho a honra de dizer que o Joca é o filho de cada um de vocês”, disse João.

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