Quando todo mundo achava que a disputa pela Prefeitura de Rio Branco teria apenas três nomes à disposição do eleitor, o jogo decide virar e bagunçar todas as alianças que eram dadas como certas. A decisão do PSB em lançar a candidatura do ex-deputado Jenilson Leite deixou a corrida pela prefeitura da capital e pode empurrar o jogo para um segundo turno. Acontece que com a chegada do socialista, uma divisão de votos é praticamente inevitável e as chances de Jenilson ter votos suficientes para adiar as eleições para um segundo turno, são quase incontestáveis.
Jenilson entra no tabuleiro com uma vantagem e tanto. Foi o candidato a senador mais bem votado nas últimas eleições. Tem uma base forte e é praticamente o único candidato legítimo da esquerda.
Nessa confusão toda, advinha quem sai como o mais prejudicado? O candidato do MDB, Marcus Alexandre. É que Jenilson é o típico candidato rouba-votos. Ele deverá tirar uma quantidade significativa de eleitores propensos a votar em Marcus.
A equação é clara e incontestável: quem vota no Marcus, certamente vota em Jenilson sem dor na consciência. Agora quem vota no prefeito Tião Bocalom, candidato do bolsonarismo, jamais votaria em Jenilson. O resultado: o atual prefeito será quem mais se beneficiará com o racha Marcus e Jenilson.
Poderia ser resolvido
Isso tudo seria facilmente resolvido de Marcus fizesse logo um convite oficial ao PSB para indicar o vice na chapa do MDB. Jenilson já mostrou que não via problema em ser vice do ex-prefeito.
Praticamente certa
Se Jenilson realmente decidir lançar uma candidatura própria, é praticamente sacramentada que Marfisa Galvão seja a vice-prefeita na chapa de Marcus. O PSD, partido de Petecão, é a terceira maior sigla na coligação. É natural que indique alguém ao cargo. Até porque o PT, mesmo sendo o segundo maior partido da aliança, não tem interesse em ter o vice na chapa.
É jogo!
Com Marfisa de vice, Marcus deverá aceitar que o senador Petecão interfira pessoalmente na gestão dele, caso seja eleito. É o jogo político.
De olho em Brasília
O racha de Marcus e Jenilson não agrada as cúpulas nacionais do PSB/MDB. Os dois partidos defendiam, em várias capitais, incluindo Rio Branco, uma frente ampla das siglas que compõe a base do presidente Lula. O PSB tem o vice-presidente Geraldo Alckmin. O MDB, além de vários ministérios, tem a ministra Simone Tebet, com uma ótima relação com o vice-presidente.
Ninho tucano
O racha do PSB com o MDB parece ter deixado a Executiva do PSDB de olho aberto. O partido voltou a analisar uma aliança com os emedebistas e uma possível indicação do vice na chapa de Marcus. O nome de Vanda Milani é um dos mais cogitados, caso esse seja o caminho.
3ª via? Não mais!
Quem também deve ser prejudicado pela entrada de Jenilson na disputa é o deputado Emerson Jarude, que iria construir a candidatura como o ‘nome da 3ª via’. Vai perder essa narrativa e precisará criar outro cenário.
Não descartou
A reitora do Instituto Federal do Acre, Rosana Cavalcante não descartou a possibilidade de concorrer a um cargo político nas próximas eleições, em 2026, mais precisamente. Ela já declarou que recebeu convites de várias lideranças partidárias.
O sonho do senador
Um dos principais defensores da candidatura de Rosana é o senador Sérgio Petecão, que sonha em ver a reitora pousando no PSD.
De fora
Falando em Petecão, ele ao lado da deputada federal Antônia Lúcia, do Republicanos, são os únicos parlamentares do Acre a não estarem na lista do Prêmio Congresso em Foco, que elege, através do voto popular, os melhores parlamentares do país. O motivo? Deixo para os leitores apontarem!