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Empresário morto não guardava R$ 3,5 milhões em casa, afirma polícia

Por Metrópoles

São Paulo – O empresário Carlos Alberto Felice, de 77 anos, não guardava R$ 3,5 milhões em casa, como foi preliminarmente relatado à polícia por um amigo da vítima. A informação foi confirmada ao Metrópoles por um delegado que acompanha o caso, em sigilo.

“Ele vendeu um imóvel por 4,5 milhões, mas pagou quase tudo em dívidas”, afirmou o policial civil.

Carlos foi encontrado morto na terça-feira (16/7) com sinais de tortura, mãos e pés amarrados, sob um tapete na garagem da casa que vendeu pelo valor milionário, no Jardim Europa, zona oeste de São Paulo. O imóvel foi herdado da mãe, por meio de um testamento.

O Metrópoles mostrou que, de fato, ele tinha dívidas contraídos no período em que teve um posto de combustíveis na zona leste da capital paulista.

Imóvel herdado

Segundo testamento obtido pelo Metrópoles, Carlos e a irmã herdaram da mãe dois apartamentos na Vila Madalena, um na Bela Vista, uma sala comercial no Jardim América, além da residência onde ele foi encontrado assassinado, com mãos e pés amarrados, no Jardim Europa.

A casa, localizada na Rua Prudente Correia, foi o único bem herdado exclusivamente pelo empresário, sem divisão com a irmã, e sobre o qual a mãe solicitou uma “cláusula vitalícia de impenhorabilidade”.

Ou seja, o imóvel não pode ser alvo de penhoras, feitas por vias legais, para eventual pagamento de dívidas. A imóvel foi blindado judicialmente em 2011, quando o testamento foi registrado em cartório.

Na casa, Carlos morava sozinho desde que ficou viúvo, há três anos.

“Dezenas” de credores

Carlos foi alvo de uma ação que pedia a penhora de bens para ele quitar a compra de 15 mil litros de gasolina. Em 2022, segundo o processo do caso, ele entregou um cheque de R$ 18 mil, sem fundos, a uma distribuidora de combustível do Recife (PE).

O processo contra o empresário chegou a ultrapassar a marca de R$ 200 mil. O mesmo documento mostra que ele tinha “dezenas” de outros credores.

Encanador averiguado

A Polícia Civil procurou um encanador, para que ele preste esclarecimentos sobre seu suposto envolvimento com o assassinato do empresário. A polícia descartou a participação dele no crime.

Fontes sigilosas afirmaram ao Metrópoles que dias antes de ser assassinado, Carlos pediu para conhecidos o contato de um encanador, para contratar eventuais serviços. O encanador foi indicado.

Câmeras de monitoramento da casa flagraram uma moto, conduzida pelo suposto encanador, nas noites dos dias 11 e 12, quando a vítima foi vista pela última vez com vida guiando seu Hyundai I30. O carro também sumiu da garagem desde então.

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) analisa as mais de 90 horas de imagens, captadas pelas câmeras da região, para identificar quantos criminosos de fato foram à casa da vítima e concretizaram o crime, no Jardim Europa, bairro paulistano de alto padrão.

A reportagem apurou que as polícias Civil Militar receberam um alerta com as placas do carro para localizar o veículo.

Carro sumido

Até o momento, a Polícia Civil colheu o depoimento de 10 testemunhas, cujos teores não foram divulgados para garantir o andamento das investigações e a prisão dos envolvidos.

O carro do empresário ainda não foi localizado. O veículo, segundo a fonte policial ouvida pela reportagem, seria um “facilitador de eventuais elementos de prova”, como “a possível coleta de digitais”.

“O carro não é primordial, porque estamos avançando nas investigações por meio dos depoimentos e outros elementos coletados na investigação. Mas, se for encontrado, sem dúvida, será importante”, acrescentou, sem entrar em detalhes.

Torturado de “maneira cruel”

O empresário Carlos Alberto Felice foi torturado “de maneira cruel” antes de ser encontrado morto, com os pés e mãos amarrados, sob um tapete, na garagem da casa herdada da mãe. O imóvel estava sem sinais de arrombamento.

Uma fonte que acompanha o caso afirmou ao Metrópoles, em condição de sigilo, que Carlos sofreu agressões físicas “provavelmente” para informar a localização de valores e objetos guardados na casa.

Participação de suspeitos

Um policial, que acompanha o caso, afirmou, em condição de sigilo, acreditar na participação de “no mínimo” duas pessoas no latrocínio (roubo com morte). A identificação dos criminosos, porém, ainda é verificada.

Até o momento, a polícia apura o que teria motivado o crime, além de supostos valores e objetos roubados. Ninguém foi preso.

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