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Estudo nacional revela desafios no combate ao crime organizado no Acre; veja mais detalhes

Por Victor Manoel, ContilNet

Um estudo divulgado esta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que as forças de segurança estaduais enfrentam dificuldades significativas no combate ao crime organizado no Acre, apesar da criação do Grupamento Especial de Operações de Fronteiras (Gefron). 

Os pesquisadores do Ipea destacam a necessidade de ações integradas com órgãos federais, como as polícias Federal e Rodoviária Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Justiça Federal.

“As forças de segurança estaduais encontram dificuldades na coibição desses crimes, mesmo com órgãos de controle de fronteiras. O estado enfrenta desafios que exigem uma atuação integrada com as forças federais para uma efetiva mudança no cenário de violência”, afirma o artigo “Dinâmicas da Violência no Território Brasileiro: Acre 1”.

Polícia Militar em operação na região do município de Acrelândia; combate ao crime é uma constante na instituição/Foto: Dhárcules Pinheiro/Asscom Sejusp

A pesquisa revela a presença de grupos criminosos do Sudeste do Brasil, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além das facções locais Bonde dos 13 e Ifara (Irmandade Força Ativa Responsabilidade Acreana). Essas organizações disputam o controle das rotas de tráfico de cocaína e armas provenientes do Peru e da Bolívia, gerando violência nas cidades do Acre.

O estudo também ressalta que os homicídios são um indicador crucial das dinâmicas do tráfico. Em janeiro de 2020, houve 30 homicídios em apenas 18 dias na capital, Rio Branco, a maioria deles execuções, esquartejamentos e chacinas resultantes de disputas entre grupos criminosos.

Outros problemas

Além do tráfico de drogas e armas, o Acre enfrenta outros crimes, como desmatamento ilegal, grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e conflitos fundiários. 

Segundo o relatório de 2020 da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Acre registrou 1.201 invasões de terras, ficando atrás apenas de Roraima, Pará e Amazonas. O estado também teve 59 conflitos por terra em 2020, com três homicídios dolosos decorrentes dessas disputas.

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