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Filha de Chico Mendes diz que ‘evangélicos reacionários’ e facções invadem reservas no Acre

Por Redação ContilNet

Ângela Mendes, filha do líder seringueiro Chico Mendes, foi a entrevistada do podcast Bem Viver, do jornal Brasil de Fato, nesta sexta-feira (5).

Atualmente, ela preside o comitê Chico Mendes. Foto: Ramon Aquim

Na entrevista, Ângela, que abraçou a missão de continuar o legado do pai, assassinado há mais de 30 anos, disse que Chico se surpreenderia com a política vista atualmente na Amazônia.

Em relação ao Acre, por exemplo, ela destacou que o agronegócio, junto com as igrejas evangélicas e as facções criminosas, contribuíram para a invasão de terras no estado e na Amazônia.

“A gente tem que levar em conta também o que aconteceu nesse cenário bolsonarista, nessa onda de fake news, que fez todo esse trabalho de semear desinformação nas redes sociais… Teve esse fator também para a perda de força política do PT no Acre. E, nesse ambiente que circula o agro, também têm circulado os evangélicos reacionários, os neopentecostais, que têm estado também nos territórios.  Não estou generalizando os evangélicos, mas comentando que algumas denominações religiosas estão fazendo um trabalho de desinformação, de desagregação dentro dos movimentos sociais de base”, disse.

“Além disso, está a dominação das facções. Existe hoje uma relação que envolve os evangélicos, agronegócio e as facções criminosas, que estão instaladas em alguns lugares muito específicos, principalmente, agora, nas regiões de fronteira.  Esses segmentos estão unidos para fazer um trabalho que é a invasão de reservas, o loteamento de áreas, o assédio dos jovens no uso da droga…  As igrejas evangélicas também entram nesse contexto desmobilizando os movimentos. Esses três segmentos têm, de fato, uma sinergia, tornando o cenário muito complicado para a gente que está lá nas bases”, completou.

Ouça o podcast na íntegra:

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