O frei Jeremias Mugabe, integrante da igreja católica Nossa Senhora da Conceição, em Sena Madureira, concedeu entrevista à imprensa na manhã desta terça-feira (30), onde falou sobre o processo de beatificação do frei Paolino Baldassari que pode se tornar o primeiro santo da Amazônia. O processo está na fase inicial, mas várias providências já foram tomadas, inclusive um frei da Ordem dos Servos de Maria foi destacado ao Acre para acompanhar seu andamento.
No entanto, além de se ater à beatificação, o frei Jeremias também fez algumas observações interessantes, especialmente no que se refere ao legado deixado pelo frei Paolino. Segundo ele, várias lutas travadas por Paolino estão caindo no esquecimento.
“Os indígenas? Quem cuida deles? As consultas gratuitas que eram feitas na igreja? Os que cresceram com o padre Paolino, os médicos poderiam tirar um dia da semana ou uma vez por mês para ofertar esses atendimentos. A luta pelo meio ambiente. Parece que as lutas de Paolino foram com ele no túmulo. Tudo o que ele lutou, tudo o que criou, foi por água abaixo. Precisamos reavivar sua memória e levarmos à frente tudo o que ele deixou”, disse ele.
Frei Jeremias lembrou também do terço que é realizado mensalmente na capela frei Paolino, onde seu corpo está sepultado. “Vejo que vocês tem o frei Paolino como grande ícone dessa cidade. No entanto, fico muito triste porque muitos falam de Paolino, mas vimos aqui no terço poucas pessoas. Então, isso deixa muito a desejar. O Memorial Paolino Baldassari é visitado por poucas pessoas. Pessoas mudar para que a memória dele possa progredir de glória em glória”, completou.
Bastante querido em Sena Madureira, o padre Paolino Maria Baldassari morreu em 2016, aos 90 anos.