A greve dos médicos anunciada para os próximos dias pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sidmed) não terá a adesão do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac).
Enfermeiros, técnicos e outros servidores da Saúde não acompanharão os médicos no movimento porque consideram a greve precipitada e capaz até de atrapalhar avanços que o conjunto dos servidores do sistema estadual de saúde vem obtendo junto ao Governo em negociações cujo prazo final, 30 de julho, ainda não venceu.
A informação é do presidente do Sintesac, enfermeiro Adailton Cruz, que também é deputado estadual pelo PSB e não faz parte da bancada de apoio ao Governo na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac). Mesmo assim, a greve dos médicos não terá o apoio do parlamentar nem do sindicato que ele representa.
“O Sintesac apoia toda e qualquer manifestação que possa trazer benefícios para o conjunto dos trabalhadores. Isso faz parte do sistema democrático, mas, neste momento, a greve dos médicos, a meu ver, é precipitada. O prazo de negociação estabelecido, no final do mês de julho, ainda não terminou e as negociações prosseguem”, disse Adailton Cruz.
Os médicos vem anunciando a greve reivindicando o PCCR (Plano de Classificação de Cargos e Remuneração) exclusivo para a categoria. A greve está marcada para ser iniciada em 1º de agosto, inclusive com a suspensão do serviço de plantão. Adailton Cruz adverte que, neste momento, isso pode ser um movimento precipitado e capaz de prejudicar a população e até os servidores.
Em resposta aos médicos, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), reafirma compromisso com a melhoria salarial de todos os trabalhadores. Tanto é que, para isso, contratou a Fundação Dom Cabral (FDC) em busca de uma revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) vigente, e reformulação da lei referente, com a participação dos sindicatos de todas as categorias do sistema de saúde.
Adailton Cruz reconhece que, até o momento, o governo do Estado não tem faltado às mesas de negociações e que foi também o governo estadual o que fez concursos e contratações de novos servidores.
“Não tenho elementos para dizer se este foi o Governo que mais fez concursos e contratou servidões para o nosso sistema de saúde, mas posso afirmar que foram muitos os esforços neste sentido”, afirmou o deputado.
A Sesacre diz que sempre que o Sidmed procurou o governo para discussão, foi atendido e recebeu argumentações transparentes e íntegras sobre as tratativas e andamento da elaboração do novo PCCR. Em decorrência de situações emergenciais enfrentadas no Estado, como alagação e aumento no número de casos de dengue e outros, o prazo para publicação do relatório final foi extrapolado.
“No entanto, deixamos nítida a boa-fé e disponibilidade por parte deste órgão governamental, para o esclarecimento de dúvidas quando questionados pelos sindicatos, e sobre o andamento das propostas encaminhadas, como explanado em reuniões solicitadas pelos entes sindicais, para encaminhamento de uma nova rodada de propostas com a FDC”, disse a Sesacre em nota.