A personal bronze Claudiany Fernandes de Jesus, de 46 anos, esperou a vida inteira para ter o nome do pai no documento pessoal. Ela contou ao Metrópoles que na escola e por todos os lugares onde ia era “a filha sem pai”.
A mulher morou com a mãe até a adolescência. Depois, quando adulta, vivia com a própria família que constituiu. Ao se reaproximar do pai, teve o reconhecimento informal dele sobre a paternidade, mas faltava o documento.
Moradora de Goiânia, Claudiany hoje é quem cuida do pai, Arlindo Dionízio Rosa, de 75 anos. Ele tem deficiência física e visual. O homem passou a ter os problemas depois de um acidente. Até o dia do reconhecimento formal, realizado na quarta-feira (10/7), o espaço em branco do pai no documento a incomodava. “Na escola eu era a filha sem pai”, recorda.
O reconhecimento vai servir, inclusive, para ela poder resolver questões para o pai. Outro ponto que ela pretende organizar a partir de agora é sobre a divisão dos cuidados com o pai entre ela os irmãos.
“Nós somos seis, mas só eu e um irmão meu, que me ajuda, cuidamos do meu pai”, diz, ao antecipar que pretende acionar a Justiça para que os demais assumam parte da responsabilidade.
Processo
Claudiany procurou o serviço do Programa Pai Presente, da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás, no último dia 21 de junho. Após a abertura do processo, exames de DNA foram realizados com material genético dela e do pai. “Ele perguntou: ‘Pra quê? Eu sei que sou seu pai’”, disse ela.
“Não sei o que seria de mim sem você. Você é minha filha, minha menina, agora, de fato. Eu te amo”, disse Arlindo.