O caso da estudante Carolina Arruda, 27 anos, comoveu o Brasil neste mês de julho. Vítima da “pior dor do mundo”, a jovem chegou a organizar uma campanha de financiamento coletivo para conseguir fazer uma eutanásia e deixar de sentir suas dores constantes.
No início do mês, porém, ela aceitou se internar em uma instituição especializada no manejo da dor em Alfenas (MG) para tentar controlar seus sintomas e o tratamento avançou para uma nova etapa neste sábado (27/7), com a realização de uma cirurgia na face para tentar conter as dores.
A jovem possui neuralgia do trigêmeo nos dois lados do rosto e os sintomas apareceram há 11 anos. Ela afirma sentir dores constantemente desde então, algumas vezes tão intensas que a fazem desmaiar e que se parecem com facadas.
“O caso dela é complexo, especialmente por que ela já passou por vários procedimentos e tratamentos que acabaram machucando ainda mais o nervo dela, então é sempre um desafio fazer este tipo de procedimento”, afirma o neurocirurgião Tiago da Silva Freitas, que saiu do DF para chefiar o procedimento feito em Carolina.
Como é a cirurgia feita na jovem com a pior dor do mundo?
A estudante de veterinária passou por uma cirurgia para implantar neuroestimuladores na base de seu nervo trigêmeo para tentar controlar as dolorosas crises que ela tem de pontadas na face.
Estas dores costumam ser motivadas por uma pressão do nervo trigêmeo, que atravessa a face. Carolina já fez cirurgias tentando aliviar essa compressão, mas os sintomas sempre retornaram posteriormente.
Na cirurgia deste sábado, foram injetados anestésicos no nervo dela e foi feito o implante de eletrodos. “Um dos eletrodos a gente colocou na região cervical alta, para estimular a parte posterior, que faz comunicação com o trigêmeo, e o outro foi colocado Gânglio de Gasser (na lateral do rosto). Ele é a base do próprio nervo trigêmeo”, explicou Freitas.
A intenção é que esses eletrodos produzam correntes eletromagnéticas para tentar regular o funcionamento do nervo. O procedimento implantação foi realizado durante mais de seis horas.
Após a cirurgia, os eletrodos serão testados para saber as respostas do controle que eles dão à dor. “Caso eles aliviem os sintomas dela, vamos ligar os eletrodos a um gerador interno e deixá-los funcionar. Se não, tentaremos outros tipos de terapia com ela”, complementou.