Justiça nega liminar contra Prefeitura de Porto Velho e empresas de coletas de lixo

Contrato bilionário de coleta de lixo na capital teve irregularidades apontadas por órgãos de fiscalização

Em uma decisão que marca um ponto crítico no processo de concessão da coleta de lixo na capital rondoniense, a Justiça negou a liminar solicitada pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO) e pela Procuradoria Geral do Estado de Rondônia (PGE) contra a Prefeitura de Porto Velho e as empresas Eco Rondônia Ambiental S/A e Marquise Serviços Ambientais S/A.

Contratos de empresas de coleta de lixo estão na mira dos órgãos de fiscalização/Foto: Prefeitura de Porto Velho

Contexto do Processo

O caso, de grande relevância, envolve o edital de Concorrência Pública n. 003/2021, destinado à contratação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para a gestão integrada dos resíduos sólidos no município. A licitação prevê um contrato de 20 anos, com valor estimado em R$ 2,36 bilhões.

Ação Civil Pública e Denúncias

O MP-RO e a Procuradoria alegam diversas irregularidades no processo licitatório, desde a suspensão inicial pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) devido a falhas detectadas, até a homologação do contrato pela prefeitura sem a devida autorização judicial. As irregularidades incluem a necessidade de ajustes no projeto básico e a potencial restrição do caráter competitivo do certame, que poderia gerar danos significativos ao erário público.

Na decisão, o juiz responsável destacou a complexidade do caso e a necessidade de elementos contraditórios antes de conceder qualquer tutela antecipada. Ele convocou uma audiência preliminar para o dia 29 de julho de 2024, às 11h, que ocorrerá de forma híbrida – presencial e virtual.

Consequências e Próximos Passos

Apesar da negativa da liminar, o processo continua, e a audiência preliminar será um passo crucial para a resolução do caso. A decisão do TCE-RO, que declarou a nulidade da licitação, ainda pesa sobre a administração municipal, que terá que justificar suas ações e a tentativa de convalidar o processo licitatório através da Lei Complementar Municipal nº 3.174/2024, considerada inconstitucional pelo MP-RO.

A continuidade do serviço de coleta de lixo em Porto Velho é essencial para a saúde pública e o meio ambiente da cidade. A audiência de julho será determinante para definir o futuro da concessão e a legalidade dos atos praticados pela prefeitura.

Conclusão

A população de Porto Velho e as autoridades envolvidas aguardam ansiosamente a audiência, que poderá trazer uma resolução definitiva para o imbróglio jurídico que envolve a gestão de resíduos sólidos na cidade. A decisão judicial ressaltou a importância da transparência e da legalidade nos processos públicos, garantindo que os interesses da comunidade sejam sempre preservados.

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