O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais, na manhã desta sexta-feira (26), para lamentar a morte de J Borges, mestre da xilogravura no mundo. Em 2023, o atual chefe do Estado brasileiro presentou o Papa Francisco durante uma reunião no Vaticano, na Itália, em que ambos debateram a guerra na Ucrânia e o combate à fome e às mudanças climáticas.
“Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores deste grande artista do nosso país”, afirmou Lula, por meio de nota compartilhada no X.
Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores… https://t.co/5SExOpaD6T
— Lula (@LulaOficial) July 26, 2024
Quem foi J. Borges?
José Francisco Borges, mundialmente conhecido como J.Borges, morreu nesta sexta-feira (26), aos 88 anos. Ícone da cultura popular brasileira pelo seu trabalho como xilogravurista, o artista deixa um legado, especialmente, na arte pernambucana e nordestina. A informação foi confirmada pela família, que ainda não divulgou mais detalhes sobre a morte.
Nascido em 20 de dezembro de 1935, no Sítio Piroca, zona rural de Bezerros, a 100 quilômetros da capital Recife, José Francisco era filho do agricultor Joaquim Francisco Borges, que teve um papel essencial no seu envolvimento com a arte. As histórias contadas pelo pai foram o estopim de um interesse de J. Borges pela poesia de cordel e, aos poucos, com a xilogravura.
Ao longo da infância e adolescência, foi lavrador, marceneiro, vendedor de colher de pau, criador de cordel e apontador de jogo do bicho. Aos 17 anos, migrou com a família devido à seca de 1952 e, em 1956, começou a vender cordéis.
Em toda a carreira, J. Borges produziu 314 folhetos de cordel e inúmeras xilogravuras expostas em museus renomados, como o Louvre, em Paris, e o Museu de Arte Moderna de Nova York, nos EUA. Ele também ilustrou livros de autores famosos e foi o único artista brasileiro convidado a participar do Calendário da ONU em 2002. J. Borges também foi reconhecido com diversos prêmios, incluindo a Comenda Ordem do Mérito Cultural e o Prêmio Arte na Escola Cidadã.