Marcos Pasquim comemora 30 anos de carreira, acumulando novelas de sucesso no currículo como Kubanacan (2003 – 2004), Uga Uga (2000 – 2001), Morde e Assopra (2011) e O Tempo Não Para (2018 – 2019). Longe dos folhetins da TV Globo desde 2019, ele acredita que as tramas são longas demais e poderiam ser mais atrativas caso fossem menores.
“Eu acho que a novela realmente tinha que ter quatro, três meses”, defende o ator.
Pasquim lembra ainda que, agora, “tudo é muito imediatista”. “Ninguém tem mais saco pra ficar nove meses acompanhando [uma novela]”, acredita o artista, que está no streaming com Luz e Desejos S.A..
O ator, no entanto, oferece uma explicação para as produções seguirem outra lógica, com centenas de capítulos. “O problema é que ela [a novela] não se paga. Novela custa caro e só começa a dar lucro depois do quarto mês e por isso é mais difícil. Então vamos ter que enxugar mais o valor gasto para fazer novelas mais curtas”.
Fora das novelas da emissora desde O Tempo Não Para (2018), o profissional acredita que a nova geração de escritores e diretores buscam novos rostos para suas tramas e, por isso, estariam deixando atores veteranos de fora da escalação. Ele indica que hoje, os artistas precisam ter, para além de talento, bons números nas redes sociais.
“O que eu ouço falar em boca pequena é que não está dando muito certo. Você pode ter muitos seguidores, mas não tem anos de experiência, entende?”, analisa.
Pasquim aproveita o espaço ainda para dar um exemplo. “Não sou contra nada disso. Mas pegar uma galera que fez um Big Brother e conseguiu 10 milhões de seguidores, pegar um Big Brother que tem qualquer profissão e falar assim ‘vamos colocar na novela porque ele tem 10 milhões seguidores’, eu acho isso um certo erro estratégico. Temos ex-BBBs que deram certo, mas tem que haver discernimento.”
Erros na carreira e a liberdade de Marcos Pasquim
Sem contrato fixo na Globo há nove anos, Marcos Pasquim também abriu o jogo sobre o que pensa a respeito de contratos por obra. Para ele, o formato é excelente e bom para todos os envolvidos. Isso porque, sem a exclusividade, é possível explorar novas áreas e aceitar todos os trabalhos desejados. “Tenho feito tudo o que eu posso”, afirma.
Ele relembra ainda que é importante pensar na qualidade de vida quando se fecha um contrato e, de preferência, optar por folgas aos finais de semana.
“Eu gostei de ter feito [novelas], mas Kubanacan deu muito trabalho. A novela era enorme e quando você é o protagonista de algo assim, você não tem tempo de vida. Talvez o erro esteja aí, de quando fechar o contrato não ter falado ‘olha, sábado e domingo eu não vou trabalhar”, avalia.