O compositor, instrumentista, poeta e professor da Universidade de Brasília, Clôdo Ferreira, morreu nesta terça-feira (16/7), aos 72 anos, no Hospital Brasília, onde estava internado. Autor de poemas e músicas, como Revelação, o artista lutava contra seis tipos de câncer.
O velório será nesta quarta-feira (17/9), das 8h30 às 10h, e o sepultamento às 11h, no Cemitério Campo da Esperança.
Em nota, o Clube do Choro de Brasília e a Escola Brasileira de Choro manifestaram tristeza com o falecimento de Clodo. “Autor de poemas e canções como Revelação, inclusive em parceria com Fagner, como Corda de aço e Ave coração, Clôdo ajudou a manter viva a cultura brasiliense durante gerações.Todo nosso afeto aos familiares”, diz no texto publicado nas redes sociais.
Reco do Bandolim, do Clube do Choro, completa que toda a trajetória de Clôdo “ajudou Brasília a manter uma condição cultural interessante”. “Eles foram uma chama viva acesa”, comenta.
Apesar de Clôdo não tocar choro, o artista já se apresentou no Clube do Choro, em Brasília. “Era uma música que tinha uma brasilidade muito grande e por isso tinha uma conexão muito grande com o nosso clube”, comenta Reco.
O cantor o cantor, compositor e intérprete carioca Beto Dourah também lamentou a morte do músico nas redes sociais. “Poeta genial, meu querido amigo e parceiro de composição”, escreveu.
O grupo Geleia Total também homenageou o artista. “Hoje o mestre Clodo Ferreira ancestralizou. Que possamos continuar sempre celebrando sua memória, sua arte e que as próximas gerações possam também se encantar com a sensibilidade, originalidade e genialidade do grande Clodo Ferreira”.
Trajetória
Clodo Ferreira nasceu em Teresina em 1951 e se mudou para Brasília aos 15 anos. Iniciou sua carreira musical em 1968 no grupo Quadradões. Em 1972, destacou-se no Festival de Música do CEUB, vencendo com Placa Luminosa e ficando em segundo com Sino, Sinal Aberto”.
Em 1976, compôs Ponta do Lápis e Corda de Aço, gravadas por Fagner e Ney Matogrosso. No final do mesmo ano, formou o grupo Clodo, Climério e Clésio com seus irmãos, lançando o álbum São Piauí em 1977, que incluía Palha de Arroz, inspirada na obra de Fontes Ibiapina sobre incêndios em Teresina.
Em 1978, Clodo e Clésio lançaram Revelação, sucesso nas rádios e trilha da novela Cara a Cara, regravada por diversos artistas. Ela também participaria, anos depois, da trilha sonora do filme A Difícil Viagem (1983).
Clodo lançou um álbum solo em 2016 e dois álbuns em 2024: Calendário, instrumental, e Constelação de Palavras, com músicas inéditas, em voz e violão.
Desde 1994, Clodo também atuava como professor da Universidade de Brasília (UNB), em que ministrava disciplinas como Comunicação e Música e Criatividade.
“Ele era muito querido. Muito amigo dos estudantes”, contou Reco do Bandolim.