Para os pesquisadores, os achados demonstram que crescer em um ambiente doméstico estável, em termos de localização, pode ser uma forma de proteção contra transtornos relacionados à saúde mental.
“Sabemos que há uma série de fatores que levam uma pessoa a ser diagnosticada com uma doença mental. No entanto, esta é a primeira evidência que sugere que mudar para um novo bairro durante a infância está entre eles, e acreditamos que os números que estamos vendo podem ser a ponta do iceberg”, afirma Clive Sabel, professor de Big Data e Ciência Espacial da Universidade de Plymouth e principal autor do estudo, em comunicado.
Qual é a possível relação entre mudanças de casa e saúde mental?
Os achados do estudo corroboram com evidências anteriores que mostram que crianças que se mudam com mais frequência desde o nascimento até a metade da adolescência têm mais probabilidade de sofrer resultados adversos, incluindo tentativa de suicídio, criminalidade violenta, doença mental e abuso de substâncias.
Na visão de Sabel, durante a infância, as crianças estão construindo suas redes sociais através da escola, grupos esportivos e outras atividades. “Cada vez que elas têm que se adaptar a algo novo, isso pode ser perturbador, então potencialmente precisamos encontrar novas maneiras de ajudar as pessoas a superar esses desafios”, afirma.
Apesar de o estudo ter incluído apenas pessoas dinamarquesas, os pesquisadores acreditam que resultados semelhantes podem ser encontrados em outras partes do mundo. “Este estudo enfatiza a importância de políticas globais que permitam e apoiem infâncias sedentárias, mas que levem em consideração identidades regionais e culturais”, completa Sabel.