O governador Gladson Cameli deverá ter que tomar uma decisão nada agradável em breve e se deparar com os dois maiores dilemas da carreira política dele. Todo esse imbróglio tem como horizonte as próximas eleições estaduais, em 2026, onde Cameli precisará declarar oficialmente apoio ao seu futuro sucessor e ao candidato que disputará a segunda vaga do Senado Federal, ao lado dele.
Acontece que o senador Marcio Bittar, do União Brasil, declarou que a chapa da direita – que se uniu em torno da reeleição do prefeito Tião Bocalom -, deverá permanecer unida em 2026 e já tem composição definida: Alan Rick como candidato a governador, ele e Gladson como os dois candidatos a senador.
O caldo começar a entonar quando a atual vice-governadora Mailza Assis anuncia que também deverá ser candidata natural ao governo nas próximas eleições. Ela vai assumir o Governo meses antes da disputa com o afastamento de Gladson do cargo, como manda a legislação brasileira.
Já no Senado Federal, o nome da deputada federal Socorro Neri vem liderando as pesquisas de intenção de votos nos últimos meses e começa a se destacar como possível candidata. A parlamentar tem dois anos para começar a tentar viabilizar sua candidatura.
A questão é: Gladson vai se indispor com Mailza – parceira de vários anos e várias disputas -, para apoiar a candidatura de Alan, quem se afastou nos últimos meses? Ou vai começar a trabalhar o nome de Mailza para a disputa?
O governador ainda precisa resolver a situação do Senado. Vai ignorar o fato de Socorro liderar as pesquisas?
Tudo passa por 2024
Todas essas decisões vão precisar passar antes pelas eleições municipais deste ano. Se o grupo não conseguir eleger a chapa Bocalom/Alysson em Rio Branco, tudo pode mudar em 2026.
Não vai sofrer por antecipação
Por enquanto Gladson decidiu não sofrer por antecipação. Vai deixar 2026 apenas para 2026. Ele chegou a comentar sobre esse assunto durante conversa com a coluna no mês passado.
“Ainda tenho dois anos para eu fazer muita coisa para mudar de fato a vida das pessoas. A prioridade é o Estado. Eu sei que ela [Mailza] é a minha vice-governadora. Uma excelente vice, se eu me afastar, ela será a governadora. E não tenha dúvida, terá todo o meu respeito. Agora 2026 ainda tá longe”, disse rindo o governador.
A chapa dos sonhos
O senador Marcio Bittar sonha em ter juntos na mesma chapa todos esses nomes citados. Alan como candidato a governador, ele e Gladson na disputa pelo Senado e Mailza mais uma vez como vice-governadora, desta vez, ao lado de Alan.
A terceira via?
O ex-deputado Jenilson Leite vestiu bem a camisa da narrativa de terceira via. Nos últimos dias, ele começou a disparar críticas ferrenhas ao prefeito Tião Bocalom e ao candidato do MDB, Marcus Alexandre.
Ele chamou os dois de ‘candidatos do sistema’ e disse que nas ruas, o que se vê é a rejeição de Marcus e Bocalom.
“Percebo que as pessoas estão ansiosas por renovação. E eu quero dialogar muito com a esperança dessas pessoas, da nossa juventude que está sem perspectiva de cultura, esporte e trabalho, com as pessoas doentes que estão à espera de uma consulta ou um remédio na nossa capital, que não tem com quem contar, a não ser com o sistema público”, disse o pré-candidato do PSB em um claro discurso de ‘terceira opção’.
Claro recado
A nova pesquisa Delta, encomendada pelo site AC24horas deixou um claro recado aos 4 pré-candidatos na disputa pela Prefeitura de Rio Branco:
1. Marcus, com uma pré-campanha tímida, começou a perder pontos com a entrada de Jenilson.
2. A equipe de Bocalom e Alysson não devem ignorar os números e precisam reverter a diferença logo nos primeiros dias de campanha.
3. Após poucos dias do anúncio oficial da pré-candidatura, Jenilson já apareceu com 5% das intenções e mostra que pode surpreender.
4. Já Jarude, que anunciou a candidatura há meses, aparece abaixo de Jenilson. Se ele não se cuidar, vai sair com uma derrota amarga e devastadora.
5. Os números comprovam: a entrada de Jenilson no jogo vai empurrar a decisão para o segundo turno.