Ao som de uma música que tem por título “Conquistando o Impossível”, a Furiosa, banda da Polícia Militar (PMAC), nessa segunda-feira, 23, no presídio feminino de Rio Branco, na presença de autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo, abriu o evento que marca um novo momento na vida das mulheres que cumprem pena na unidade.
Com o intuito de possibilitar a cada uma delas a oportunidade de dias melhores, prepará-las para o mercado de trabalho e oferecer mais dignidade, o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) e o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) desenvolvem quatro novos projetos com as reeducandas: o Salão Escola, que oferece qualificação profissional na área da beleza; o Entrelinhas, que ensina às mulheres a arte do crochê; o Kit Primeira Entrega, que oferece itens pessoais e essenciais as recém-chegadas na unidade; e o Televisita, que visa promover o contato a distância, com familiares, por meio de chamadas de vídeo.
Dalvani Azevedo, diretora do presídio, não conseguiu esconder a emoção de ver a concretização de um sonho que, segundo ela, foi sonhado e construído por muitas mãos. “Isso aqui é a concretização dos projetos, é a apresentação de todo o material e de todas as possibilidades que serão ofertadas na unidade. De alguma forma, todas as presas serão beneficiadas”, pontuou a diretora.
O presidente do Iapen, delegado de Polícia Civil Marcos Frank Costa e Silva, explicou que os projetos foram custeados pelo Tribunal de Justiça do Acre, por meio de recursos provenientes das Penas Pecuniárias:
“É um momento em que avançamos quanto ao processo de ressocialização e reintegração do apenado ao seu convívio social. É um trabalho muito importante, que só foi possível ser realizado com a parceria do Tribunal de Justiça com a destinação de verbas das medidas alternativas, além de nossos parceiros da iniciativa privada. Eu agradeço muito”.
Quem também agradeceu a oportunidade recebida foi a detenta J. F. N., de 30 anos. Ela disse que está muito feliz, pois se identifica, como profissional da área da beleza, e poder trabalhar com o que gosta e ainda ser beneficiada com regressão de pena é motivo de alegria.
“Pra mim, representa a minha história, porque lá fora eu mexo com cabelo, então, eu ser incluída nesse projeto pra mim é muito bom, porque eu preciso me profissionalizar mais sobre o meu trabalho. Tem muitas mulheres que estão aqui dentro que querem mudar realmente, mas a gente está acostumada a receber nãos na vida, mas hoje a gente recebeu um sim”, finalizou a reeducanda, emocionada.
Quem não perdeu a oportunidade de dar mais um voto de confiança a quem deseja essa mudança foi a presidente do Tribunal de Justiça, a desembargadora Regina Ferrari, que aproveitou o momento para cuidar da beleza.
A desembargadora disse que esse momento representa um passo muito positivo para a reeducação das mulheres “Agora, com esse curso, elas terão uma grande oportunidade: a de serem profissionalizadas. Então, logo estaremos com elas em liberdade, dignificadas e empoderadas”, afirmou a presidente do Tribunal de Justiça do Acre.