O assassino confessou a morte de 13 crianças, todas com idades entre 6 e 13 anos. Os crimes ocorreram entre abril e dezembro de 1991, em Niterói, cidade vizinha ao Rio. Já preso, ele relatou, sem qualquer remorso, os detalhes dos infanticídios, como beber o sangue das vítimas. Foi dessa prática que nasceu o apelido de Vampiro de Niterói.
Exames feitos por psiquiatras atestaram que o Vampiro de Niterói tem transtorno antissocial análogo à psicopatia, além de um distúrbio mental que faz com que ele não tenha plena noção da gravidade dos atos cometidos. Com isso, ele foi considerado inimputável e acabou escapando do Tribunal do Júri.
Ao jornalista Solange contou sua preocupação e ao mesmo tempo fascínio quando recebeu a carta do assassino, pois queria estudar o Vampiro para entender melhor como a mente dele funcionava. No entanto, por questões éticas, ela não respondeu à primeira correspondência. Também não comunicou aos superiores sobre aquele contato.
Dias depois, Marcelo estava no pátio tomando sol cercado por grades, já que era considerado um preso de alta periculosidade. Mas, aproveitando-se de uma distração do policial penal, ele passou por um portão e foi ao encontro da psicóloga. O homem questionou por que sua carta não havia sido respondida e, apreensiva, ela respondeu que não poderia se corresponder com ele.
Passada uma semana, contudo, o preso enviou uma segunda carta a então universitária. Nesta correspondência, ele expressa sentimentos de afeto, desejo sexual e fantasias de proximidade física com Solange.
De acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, “em respeito ao Art 41, do inciso XV, da Lei de Execuções Penais, permite a comunicação do detento com o meio exterior por meio de cartas”. Conforme a pasta, não é permitido “o envio de correspondências com conteúdos inadequados, tais como ofensas, ameaças, assédios ou qualquer outro tipo de comunicação criminosa”.