Desde o ano de 1996, quando a Hepatite Delta, doença viral e endêmica na Amazônia, passou a ser notificada, a média anual tem sido de 300 casos na cidade de Rio Branco. Isso aponta para pelo menos 10.500 casos ao longo desse tempo.
Preocupada com esses números, a Secretária Municipal de Saúde da Prefeitura de Rio Branco, aproveitando a passagem do Dia do Homem, celebrado no país no último 15 de julho, lançou, nesta sexta-feira(19), a campanha “Julho Azul e Amarelo”.
A campanha, além de alertar para os cuidados com a saúde masculina, é voltada também para o combate às hepatites, principalmente a Delta, a mais letal de todas e cujo maior percentual de afetados são os homens. A abertura das duas campanhas ocorreu nas Unidades de Referência em Atenção Primária (Uraps) da Vila Ivonete e São Francisco.
O evento contou com a participação de autoridades municipais, enfermeiros e representantes da comunidade local. Nos locais, foram realizadas palestras sobre as hepatites virais e sobre a saúde do homem.
Por conta da campanha, nos próximos dias, a Urap da Vila Ivonete manterá três salas para a testagem viral. Outras duas saias estarão abertas para testes rápidos de hepatites e outras DSTs ( Doenças Sexualmente Transmissíveis).
A diretora da unidade, Francisca Dantas Belém, enfatizou a necessidade de conscientização dos homens em relação à saúde. Dados do Ministério da Saúde mostram que os homens procuram menos os serviços de saúde do que as mulheres.
“Por serem provedores da família, os homens não têm tempo para se cuidar. Essas ações são importantes para orientar e conscientizar os homens sobre a necessidade de procurarem os serviços de saúde, não só no Dia do Homem ou no Novembro Azul, mas todos os dias”, disse Francisca Dantas.
Em relação às hepatites, o lançamento da campanha apontou que a Amazônia, incluindo o Acre, é uma região considerada endêmica para hepatite do tipo B. Se não cuidada, este tipo avança para a Hepatite D, de Delta
“Temos meta a ser alcançada e com toda a mobilização da gestão municipal, confiamos que esses agravos serão erradicados até 2030″, disse Vandson Arantes, responsável técnica pelo setor de Hepatites Virais da Prefeitura. “Estamos trabalhando com muita força para atingir essas metas”, acrescentou.