A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) chega a sua 76ª reunião anual, e ocorrerá na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, que terá como tema principal “Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza”.
Samuel Arara tem 23 anos, é o único representante acreano no evento, que ocorre entre os dias 7 e 13 de julho. O jovem é ativista indígenas, ambientalista e comunicador, além disso, é presidente do Coletivo dos Estudantes Indígenas da Universidade Federal do Acre (CEIUFAC) e Coordenador do Coletivo de comunicação indígena do Acre.
As atuações de Arara são voltadas para o ativismo indígena com o intuito de ampliar as vozes de comunidades indígenas e tradicionais, que estão em luta pela conservação ambiental e de seus respectivos direitos.
O ativista estará presente na palestra intitulada Ciranda de Saberes – Educação Escolar Indígena: Encantos e desencantos de uma modalidade de ensino de saberes. Além do representante do Acre, estarão presentes Tatiane Costa do Instituto Federal do Pará e Mara Jucá, Drª da Universidade Estadual do Pará.
Arara explica que a educação escolar indígena tem intuito de instruir as crianças das comunidades de maneira mais adequada, incorporando a língua, conhecimentos tradicionais e a história dos povos indígenas.
“A formação de professores indígenas é fundamental para garantir que a educação seja contextualizada e respeitada. Garantido a prevalência de nossas tradições e ao modo de vida”, disse ele.
O ativista diz ainda que é necessário continuar lutando por avanços no que tange a educação indígena, pois mesmo com os avanços, ainda existem carências de materiais, de estrutura e financeira, para que seja possível levar educação de qualidade às comunidades.
“Muitas escolas indígenas estão localizadas em áreas de difícil acesso, o que dificulta a chegada de materiais, a formação contínua de professores, e a implementação de políticas educacionais eficazes”, salienta.
De acordo com ele, a participação de representantes do Acre é de fundamental importância, já que através da presença nesses eventos é possível trazer mais focos de atenção para questões locais e específicas das comunidades indígenas, “assegurando que nossas necessidades e preocupações sejam ouvidas. A troca de experiências e práticas entre diferentes povos e pessoas. Isso possibilita aprender com os sucessos e desafios enfrentados por outras regiões”, complementa.
Acerca dos avanços, Arara pontua que em períodos passados, os povos indígenas não conseguiam sentar à mesa das discussões para que pudessem debater e atuar acerca de políticas que os acolham e auxiliem em suas necessidades e protejam seus espaços.
“Hoje conhecemos nossos direitos, e precisamos buscá-los. A verdadeira educação só acontece quando incluímos todas as vozes, especificamente as dos povos originários. E esse feito só será possível quando os povos indígenas tiverem seus espaços de direitos garantidos de voz e vez”, pontua.