O período de estiagem chegou e a seca severa já atinge boa parte dos rios do Acre, como o Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, que amanheceu na última quarta-feira (3) com a régua medindo 5,25 metros.
Com o alerta máximo na cota de estiagem nos 2 metros, o manancial está abaixo da marca esperada para o período, o que impacta, principalmente, na navegação dos rios, que no interior do Acre são necessários para transporte e escoamento da produção de comunidades rurais e ribeirinhas.
O ContilNet esteve no porto de Cruzeiro do Sul e conversou com a professora e produtora rural Graça Lima, da comunidade Carlota, que apontou as dificuldades já enfrentadas pela seca severa. Segundo ela, o transporte de pessoas e produção já tem sido impactado com os efeitos da seca.
“A nossa vinda para Cruzeiro do Sul se torna muito difícil. Nós somos produtores de banana, farinha, e outros produtos também que a gente vende e nesse período é muito difícil ‘pra’ gente trazer nosso produto devido a estiagem. Lá para cima, até onde eu conheço, já tem praia no meio do rio. Hoje já foi difícil a gente vim, daqui uns dias será preciso sair mulheres, crianças e homens para empurrar a embarcação. Fica muito difícil ‘pra’ gente”, disse.
A professora lembrou de situações que podem acontecer, mas, pela seca, podem causar prejuízos à saúde da população. “Pode acontecer de alguém adoecer, precisar vir rápido e não tem estrada, tem que ser de barco”, afirmou.
A produtora rural também explicou que com o baixo nível do rio, a produção não pode ser escoada toda de uma vez. “Nossa produção, muita das vezes não pode trazer toda, tem que trazer só metade. Se tiver 100, tem que trazer 50, se for 200, tem que trazer 100 e é do que a gente vive. A gente não sabe como vai ser”, ressaltou.
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