A Defesa Civil divulgou, nesta segunda-feira (1º), mais um levantamento alarmante sobre a seca. Em junho, foram contabilizadas apenas três chuvas, nos dias 21, 26 e 30, todas, conforme o órgão, irregulares. Ao todo, choveu no mês 21,1mm, sendo que apenas no dia 26 foram 19,2mm. Sendo que era esperado 62mm para o mês.
“Isso é indício do que pode ocorrer nos próximos meses. Situação de agravamento”, disse a nota oficial da Defesa Civil.
Além disso, o Rio Acre perdeu 85 cm de lâmina d’água. De acordo com a medição, nesta segunda-feira o afluente marca 1,77 metros, baixando quatro centímetros nas últimas 24 horas.
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Com a marca atingida, o Rio Acre está a 52 centímetros de igualar a menor cota da história, quando o afluente atingiu em setembro de 2022, 1,25 metros.
Situação de emergência
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, oficializou o decreto de situação de emergência, assinado na última sexta-feira (28), na edição do Diário Oficial do Estado (DOE).
O decreto considera a urgência provocada pelos baixos índices dos rios, que indicam que o período de seca será mais crítico e prolongado, além da tendência de baixa umidade do ar.
A escassez de chuvas desde abril, prevista para durar mais cinco meses, foi considerada no decreto. A baixa nos rios aumenta o risco de desabastecimento de água potável em Rio Branco, afetando a saúde humana, os animais e a agricultura.
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Com a assinatura do decreto, a Defesa Civil municipal pode requisitar apoio técnico e logístico da administração pública de Rio Branco, com objetivo de prevenir, prestar assistência e socorro às comunidades que precisarem.
“Diante da situação de escassez hídrica, e frente a ações de mitigação de desastres já implantadas, mesmo assim sendo necessárias mais ações emergenciais, necessário se faz a decretação de Situação de Emergência”, disse a nota da Prefeitura sobre o decreto.
Gabinete de crise
Além disso, a vice-governadora Mailza Assis, que comanda o governo na ausência do governador Gladson Cameli, instituiu o Gabinete de Crise para tratar da redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos e do risco de incêndios florestais, com o objetivo de enfrentar os prejuízos, concretos ou potenciais, decorrentes desse cenário.
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O governador Gladson Cameli já havia decretado situação de emergência ambiental em decorrência da redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, prejuízos sociais e econômicos, e riscos de incêndios florestais em todos os municípios do estado.
O gabinete será constituído por representantes de vários órgãos do governo, como a Secretaria de Meio Ambiente, Planejamento, Agricultura e chefiada pela Coordenadoria de Defesa Civil.
Plano de contingência
A Defesa Civil de Rio Branco deu início ao plano de contingência por causa da escassez hídrica devido à seca extrema.
De acordo com o diretor de administração de Desastres da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, a decisão de antecipar o plano de contingência se deu em razão dos 23 dias sem chuvas significativas na capital.