Ton: Na política, só existe uma coisa pior que subestimar um adversário, e ela pode ser fatal

Jenilson deu dois passos para trás esse ano

O ex-deputado Jenilson Leite, salvo questões ideológicas ou ementas de partidos às quais fez parte, sempre foi um cara centrado, firme, um diplomata. Não é à toa que foi o vice-presidente da Aleac numa legislatura onde a esquerda — representada pela Frente Popular do Acre, hoje o bloco oposicionista ao atual governo — se tornou minoria esmagadora no parlamento a partir das eleições de 2018.

Sempre fez muito nos mandatos de deputado. Trabalhou bem. Comunicou bem também. Esse trabalho lhe rendeu, em 2022, o posto de candidato ao Senado com melhor performance na capital Rio Branco, e isso não o coloca em qualquer lugar nas disputas de 2024. Além de equilibrar uma chapa, Jenilson também traria votos, apoiadores e uma categoria delicada, mas com a qual dialoga muito bem: a dos fazedores da saúde. Isso se não quisesse encabeçar uma chapa na disputa, algo que esta santa coluna sempre disse que não deveria ser menosprezado.

Jenilson Leite/Foto: Assessoria

Jenilson deu dois passos para trás esse ano. Um, ao declinar de uma candidatura onde teria chances de se sair, salvo proporções, tão bem quanto na candidatura de dois anos atrás. Outro, ao aceitar ser vice de Marcus Alexandre, no bloco rompido em 2022. Por uma série de motivos, Jenilson declinou da chapa de Marcus; ao que parece, uma ala do MDB não vê com bons olhos seu nome ao posto de vice. Não sei o preço que isso pode custar. Mas de uma coisa eu sei: na política, só existe uma coisa pior que subestimar um adversário. É subestimar alguém que poderia, facilmente, ser um aliado. E isso pode ser fatal.

QUAL SERIA? — Ninguém tem dúvidas da competitividade de Marcus Alexandre, e de todos os bons ingredientes que reúne nessa caminhada rumo à prefeitura da capital acreana. Não tenho motivo algum para rasgar sedas ao dr. Jenilson, nunca tivemos qualquer tipo de relação. Mas a pergunta que não quer calar: qual seria o melhor nome para ser candidato a vice-prefeito dessa chapa?

PODERIA PERGUNTAR — Caso o PSD cumpra com o que ventila na imprensa, e indique Marfisa Galvão para a vaga de vice, é bom que Marcus Alexandre saiba que, ao seu lado, terá uma extensão do senador Petecão — e não estou questionando se isso é certo ou errado, normal ou anormal, bom ou ruim. Estou aqui para fazer perguntas, trazer reflexões, não respostas. Caso queira respostas, Marcus poderia perguntar ao dono delas: o atual prefeito, Tião Bocalom, poderia muito bem dizer como foi essa experiência.

LEVIANO — Ninguém faz política sozinho. Também não se conversa com aliados que não lhe dão valor, isso seria um precipício político. Portanto, é leviano que os cabeças brancas achem que Jenilson e PSB ganhem a pecha de rebelde nessa história. Já que muitos dos que querem encaixotar Jenilson nessa aliança, defendem uma chapa pura.

ÚNICA — A única objeção justa nessa história poderia vir do próprio candidato, o Chame-Chame. Jenilson quer ser candidato a governador daqui dois anos. Logo, Marcus ficaria sem vice. Seu vice-prefeito seria o presidente da Câmara, o que pode ser muito bom ou muito ruim.

ESPICHADOS — Pelo que ouvi informalmente de setores da esquerda — até mesmo como reação aos últimos escritos desta santa coluna — seria de que não haveria a menor dificuldade desse bloco acompanhar a candidatura de Jenilson ao governo. O problema é que quem deve dar essa garantia é o PSB. E, ao que parece, os olhos dos cabeças brancas estão espichados lá na frente.

FESTIVAL DA MACAXEIRA — Não comentei nada em torno do pregresso Festival da Macaxeira, que aconteceu na última semana. Não achei necessário. Mas uma coisa chamou atenção aos olhos desta santa coluna: muita gente que recebeu incentivos para falar bem, teceu críticas.

DE PARABÉNS — Salvo proporções, qualquer iniciativa que tente melhorar a economia, gere renda, traga alegria às pessoas, é salutar. Nesse ponto, o prefeito Bocalom está de parabéns.

CHOCANTE — A missão de um aliado é mitigar os constrangimentos e promover a paz. E a de um governo é trabalhar unido. Ou, pelo menos, é assim que deveria ser. Nos atuais governos Acre adentro, choca o número de pessoas que usam a estrutura pública para atacar colegas, que deveriam, juntos, trabalhar para melhorar a vida das pessoas.

CHANCES MAIORES — Com a ExpoJuruá sendo realizada entre o fim de julho e início de agosto, os municípios do Juruá estão em festa. É que, nesse período, acontecem as convenções partidárias. E, com um grande aparato governamental e político por ali, são maiores as chances de grandes autoridades prestigiarem os eventos por lá.

CHANCES DE VENCER — Uma das coisas que mais me saltam aos olhos em Cruzeiro do Sul é o asfalto de verdade. Não é essa casca de ovo que você encontra em outros municípios do estado. Mas isso não é invenção do prefeito Zequinha. Vem de gestões passadas, a incluir a de Vagner Sales, que tem sua competente filha, a médica e ex-deputada Jessica Sales, disputando com grandes chances de vencer.

BATE-REBATE

– O MDB não quer entregar o vice nas mãos do PSB (…)

– (…) Nem quer falar de governo (…)

– (…) Afinal, o que têm os cabeças brancas para oferecer a Jenilson?

– Uma ministra de Estado veio ao Acre dizer que apoia um candidato que nem está no poder. Nem ele, nem seu bloco (…)

– (…) A atitude da ministra, que é acreana e sofre uma série de comentários maldosos por ser quem é, foi de humildade (…)

– (…) Humildade essa que faltou em muita gente.

– O ativista Francisco Panthio anunciou formalmente que é pré-candidato a vereador (…)

– (…) Um bom nome que se apresenta por uma esquerda que morre de fome e sede por mais cadeiras no Acre.

– Se os tucanos lançarem Vanda Milani como candidata a prefeita, essa conta será para pelo Palácio (…)

– Pois é o lugar onde o nanico PSDB tem uma estrutura realmente boa.

Boa semana!

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