Baixo nível das águas dos rios, queimadas, fumaça, baixa umidade e pouca navegação para municípios isolados. É com este cenário que o Acre enfrenta o pior período de seca nos últimos 80 anos, segundo um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) feito a pedido do g1.
Segundo o levantamento, 16 estados e o Distrito Federal enfrentam a pior estiagem já vista no período entre maio e agosto, desde os anos 1940. Na lista estão Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.
O Cemaden, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), e é responsável pelo fornecimento de dados ao Governo Federal sobre a seca. De acordo com o g1, é a primeira vez em anos de monitoramento que se observa uma seca tão longa.
Segundo informações, os primeiros registros foram feitos em junho de 2023, com a chegada do El Niño, que mudou os ciclos de chuva pelo país. No início de 2024, o El Niño se encerrou, mas o aquecimento do Atlântico Tropical Norte fez com que o padrão de chuvas continuasse.
O g1 apontou ainda que o Brasil completa 12 meses sob o efeito de seca na maior parte do mapa.
Decreto de emergência
Na edição do Diário Oficial em 11 de junho deste ano, o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência ambiental em decorrência da redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, prejuízos sociais e econômicos, e riscos de incêndios florestais em todos os municípios do estado.
O decreto informa que o governo levou em consideração uma nota técnica apresentada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente. O texto destaca que a previsão para os próximos meses é de uma tendência de redução da precipitação de chuvas, com o aumento de temperaturas e a queda do percentual da umidade relativa do ar.
O governo apresenta ainda os dados mapeados pela equipe técnica do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental, que apontam que os rios do Estado tendem a apresentar cotas mínimas inferiores às cotas baixas de alerta e alerta máximo nos próximos meses.
Pontos de monitoramento na Bacia do Rio Acre
A seca extrema tem avançado no Acre e com isso, o nível das águas do Rio Acre também tem diminuído a cada dia. Segundo a Defesa Civil de Rio Branco, o nível do manancial nesta segunda-feira (26), o nível chegou a 1,39 metros, a 14 centímetros da menor cota histórica, que é de 1,25 metros, em 2022.
Segundo o Relatório Hidrometeorológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), nove pontos de monitoramento da Bacia do Rio Acre estão em alerta máximo e um está em alerta (Colônia Dolores, com 2,57 metros) pela falta de chuvas na região.
Confira os pontos de monitoramento em alerta máximo:
- Assis Brasil, com 2,94 metros;
- Brasiléia, com 73 centímetros;
- Xapuri, com 1,25 metros;
- Colônia Dolores, com 2,53 metros;
- Capixaba (C. São José), sem leitura nesta segunda-feira;
- Rio Branco, com 1,39 metros;
- Espalha (S. Belo H.), com 28 centímetros;
- Riozinho do Rola, com 72 centímetros;
- Porto Acre, com 1,65 metros;
- Plácido de Castro, com 1,85 metros.