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Advogado de enfermeira morta após perseguição critica justiça do Acre por tirar PMs da prisão

Por Tião Maia, ContilNet

“A vida é o bem mais precioso do ordenamento jurídico, de modo que aquele que se dispõe a tirá-la ou que demonstra desprezo tal que acredita que a vida equivale a um ínfimo bem material como no caso não pode permanecer em liberdade sob pena de abalo grave à ordem pública”. A manifestação foi feita nesta quinta-feira (1º), pelo advogado Walisson dos Reis Pereira, defensor dos interesses dos familiares da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, assassinada aos 32 anos, em dezembro de 2023 durante uma perseguição policial.

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Walison é o advogado da família de Géssica/Reprodução

A manifestação foi feita com duras críticas ao sistema de Justiça dos advogados de defesa dos policiais militares acusados pelo assassinato da enfermeira, Cleonizio Marques Vilas Boas e Gleyson Costa de Souza, que voltaram a ganhar direito à prisão domiciliar. A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) decidiu, por dois votos a um, reverter decisão anterior pela prisão domiciliar e voltou a coloca-los em casa sob a alegação de que ambos têm filhos menores de 12 anos de idade.

“Foram soltos sob a alegação de que tem crianças menores de 12 anos e que não poderiam sobreviver sem eles. E os três filhos menores que a Géssica deixou? Aquelas crianças, também menores, nunca mais terão os cuidados da mãe”, disse o advogado. “Essa soltura já era esperada visto que, os desembargadores já haviam soltado os assassinos anteriormente. A Justiça, neste caso, está sendo injusta e são decisões assim que revoltam toda sociedade”, acrescentou.

No seu rosário de criticas, o advogado indagou: “Será que esses desembargadores não têm filhos? Não são pais? Por que o policial que mata trem o direito de ficar em casa cuidando de seus filhos? E quem morreu não tinha direitos? Estão falando de crianças e é um absurdo que isso aconteça sob o estado democrático de direito”.

O advogado acrescentou ainda que respeita a decisão da Câmara Criminal do TJAC, mas não concorda com ela. “Esperamos muito que a Justiça seja feita porque estamos falando de uma mãe que foi morta com mais de 13 tiros de fuzil disparados sobre seu caro”, disse o advogado. “Além disso, o que mostra a ação criminosa dos acusados, ainda plantaram uma arma na mão da vítima e foram processados por fraude processual”, acrescentou.

O advogado também criticou o fato de os policiais terem sido soltos sem o uso de tornozeleira eletrônica. “Ajustiça, aqui do Acre, não vai fiscalizar os policiais que mataram uma mãe de família na covardia, executada com mais de 13 erros, é bom que se lembre”, acrescentou.

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