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Bastidores do Poder: os desafios de Gladson Cameli e o futuro do Progressistas no Acre

Por Samuel Willard, ContilNet

Imaginem o cenário se o MDB conquistar vitórias nas duas maiores cidades do Acre, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. O retorno dos “cabeças brancas” — como são conhecidas as figuras políticas que lideram o partido no estado — seria inegável. Ao mesmo tempo, uma possível perda de força do Progressistas, liderado pelo governador Gladson Cameli (PP), poderia abrir caminho para a ascensão do MDB no Acre. Essa situação não seria favorável ao grupo atualmente no poder, que corre o risco de ruir diante desse novo panorama político.

Gladson em evento do Progressistas/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Para o governador Gladson Cameli (PP), que busca retomar sua cadeira no Senado, o cenário político em formação não deve impactar os bons ventos que o impulsionam de volta ao cargo. No entanto, o grupo que se consolidou e se manteve forte e imbatível ao longo desses oito anos pode enfrentar desafios para permanecer no poder com a saída de seu principal líder.

O fato é que ainda não apareceu um nome que se iguale ao populismo de Gladson Cameli. Ele é um verdadeiro fenômeno político, com uma carreira meteórica, nunca conhecendo a derrota nas urnas e não tendo experimentado o exílio fora de um mandato.

UM INIMIGO EM COMUM

O governador Gladson Cameli (PP) não é o único a demonstrar um forte interesse nas eleições municipais de Cruzeiro do Sul. Os deputados Nicolau Júnior (PP), Clodoaldo Rodrigues (REP) e Luiz Gonzaga (PSDB) também estão empenhados em garantir a reeleição do prefeito Zequinha Lima (PP). A razão para essa preocupação é clara: caso a ex-deputada Jéssica Sales (MDB) vença, eles sabem que enfrentarão um desafio contra o grupo de Vagner Sales, o “leão do Juruá”.

FUTURO EM JOGO

Outro município cujos resultados nas eleições municipais de 2024 podem impactar 2026 é Brasiléia. Com Fernanda Hassem (PP) como prefeita e seu irmão Tadeu Hassem (REP) atuando como deputado estadual, o futuro político da família depende da capacidade de eleger Carlinhos do Pelado (PP) como sucessor de Fernanda. Caso isso não ocorra, eles terão que traçar uma nova estratégia. Fernanda aspira a uma vaga na Câmara Federal, enquanto Tadeu busca a reeleição. Com o apoio da máquina da prefeitura, essa trajetória se tornaria consideravelmente mais fácil.

MUDOU DE LADO

Parece que o Partido Solidariedade em Brasiléia, que apoiava a pré-candidatura de Leila Galvão (MDB) à prefeitura, não resistiu ao canto da sereia e decidiu mudar de lado nos últimos instantes. Sob a liderança do deputado Afonso Fernandes, o partido agora vai apoiar Carlinhos do Pelado (PP).

CAMINHOS DE MAZINHO

Há quem afirme que o futuro político do prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (POD), está traçado em direção ao Palácio Rio Branco. No entanto, não seria surpreendente vê-lo assumir a posição de primeiro suplente em uma candidatura ao Senado. Mazinho é um jogador experiente e um articulador nato, o que lhe confere a habilidade de se adaptar às circunstâncias e explorar as oportunidades.

IMPUGNADA

Em Manoel Urbano, novas informações sugerem que as eleições municipais podem enfrentar uma reviravolta importante. Há indícios de que a candidatura de Izaute Souza, pré-candidata a prefeita pelo União Brasil (UB), pode ser impugnada pela Justiça Eleitoral. A questão central é a falta de comprovação de seu afastamento de um cargo comissionado na Secretaria de Educação do Estado. Conforme estabelece a Lei Complementar 64/1990, essa situação pode ser interpretada como incompatibilidade, resultando em inelegibilidade no momento do registro da candidatura.

FUNCIONOU

Parece que uma pesquisa realizada para avaliar o impacto da troca de um pré-candidato na cabeça de chapa de um município do Acre revelou resultados significativamente melhores após a mudança. Essa evolução animou o grupo do novo pré-candidato, que parece ter tomado a decisão correta.

JOGANDO DOS DOIS LADOS

Já comentei anteriormente sobre um político que está fazendo jogo duplo em relação aos apoios a pré-candidatos a prefeitos no interior. Essa estratégia continua em Mâncio Lima, Sena Madureira e até mesmo em Rio Branco. Resta saber até onde irá a astúcia do danado.

CASOS DE FAMÍLIA

A decisão da vice-governadora Mailza Assis (PP) de não apoiar a ex-cunhada Rosana Gomes (PP) em sua reeleição em Senador Guiomard revela uma postura coerente. Afinal, há relatos de que Mailza tem enfrentado retaliações e fofocas envolvendo seu nome por parte do grupo liderado pelo ex-marido, James Gomes. Apoiar Rosana significaria ir contra seus princípios, como diz o ditado: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” Diante dessa disputa familiar, é provável que o governador Gladson Cameli (PP) decida não se envolver.

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