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Bocalom diz que vai acionar polícia para combater incêndios; veja os bairros que mais queimam

Por Tião Maia, ContilNet

Os casos de incêndios na cidade de Rio Branco, acidentais, de propósito ou mesmo por desleixo de quem não cuida de seus quintais ou de terrenos baldios na área urbana, que acabam incendiados, vão virar casos de polícia. De janeiro até esta segunda-feira, 26 de agosto, Rio Branco registrou 164 focos de segundo o satélite Aqua.

Isso faz com que Rio Branco, que tem metade da população do Acre, seja o quinto município do Acre em focos de incêndios Para efeito de comparação basta lembrar que Feijó, município de população bem inferior, tem 460 focos. Em Rio Branco, no ano passado, o número de focos de incêndios foi de 497 e hoje, no mesmo período, é de 360 focos – 80% do que foi registrado em 2023.

Em nível de Brasil, Rio Branco nem aparece no mapa das cidades com os maiores focos de incêndios. O município de Porto Velho, capital de Rondônia, vizinha ao Acre, aparece em quinto lugar em termos de queima em nível de Brasil, com 1.700 focos de incêndio, segundo o satélite Aqua.

A situação em Rio Branco não está tão desesperadora como em Rondônia e outras regiões porque tem, atualmente, 80% dos focos de incêndios do ano passado, ano em que a qualidade do ar foi relativamente melhor em comparação ao período deste ano, mas o temor é que possa se intensificar em setembro porque a tendência é que o clima quente, seco e com ventania perdure até outubro.

O prefeito Tião Bocalom diz que vai acionar a polícia para combater incêndios criminosos/Foto: Cedida

Por tudo isso, além de multas, as pessoas envolvidas nesses incêndios serão responsabilizadas civil, administrativa e criminalmente. A advertência foi feita na manhã desta segunda-feira (26), pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Caros Nasserala, e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.

Ambos revelaram ter constatado que alguns dos incêndios provocados na cidade nos últimos dias foram de origem criminosa e a polícia já foi comunicada e está agido para chegar aos responsáveis. O prefeito citou o caso de uma palheira na Antônio da Rocha Viana, nas imediações da ponte sobre o Igarapé São Francisco, próximo ao Horto Florestal, que foi incendiada de forma criminosa na tarde de domingo e o Corpo de Bombeiros teve que agir de forma que o fogo não passasse para os arbustos e até mesmo imóveis das imediações.

Durante a entrevista, o secretário Carlos Nasserala lembrou que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) saiu de um orçamento, em 2021, herdado da gestão anterior, de R$ 8 milhões para R$ 21 milhões na atual gestão, o que significa que o órgão tem recursos para executar as mais diversas operações. A Semeia trabalhava com um total de pessoal de 150 pessoas e agora dispõe de 300 pessoas, todas trabalhando de forma empenhada para combater os incêndios na capital.

“Não adianta as pessoas atearem fogo à noite, achando que não serão descobertas nem fiscalizadas. Os incêndios deixam rastros e nossos fiscais estão prontos para localizar essas áreas, inclusive com o uso de tecnologias como drones, e vamos identificar quem tocar fogo para responsabilizá-las”, disse o secretário. O valor das multas aplicadas começam com R$ 1 mil e podem chegar até a R$ 100 mil, de acordo com o tamanho da propriedade e dos danos causados pelo fogo, advertiu Nasserala.

Bocalom lembrou que o Brasil inteiro está tendo problemas sérios em relação às queimadas/Foto: Cedida

De acordo como secretário, num primeiro momento, a Prefeitura, através da Semeia, tentou trabalhar coma educação ambiental, tentando conscientizar a população sobre os malefícios do fogo.

“Nos vamos, todas as semanas, nas escolas, com uma equipe de 20 pessoas, falando sobre a necessidade de não haver fogo para o bem da cidade e da saúde da população, Isso é educação ambiental, algo que só deve dar resultados no futuro. No ano passado, apesar do fogo em outras capitais e municípios próximos Rio Branco, a gente viveu um período melhor, com a qualidade do ar melhor do eu estamos enfrentando agora. Naquele momento, a educação ambiental funcionou, mas, agora em 2024, não sabemos a razão, pelo número de incêndios, a educação ambiental não está funcionando como é o nosso desejo e a determinação do prefeito”, disse.

De acordo com o secretário, de janeiro até agora, no mês de agosto, os bairros que mais registram focos de incêndio são Conjunto Universitário, “naquela área que fica por trás do Campus da Ufac”, e a Praia do Amapá, que registrou incêndios no último final de semana, com indício de fogo criminoso, intencional. Na lista dos bairros que mais incendeiam consta ainda Calafate, Floresta Sul, Distrito Industrial, Irineu Serra, Cidade do Povo, Custodio Freire e Belo Jadim I,II e III.

Rio Branco já registrou mais de 160 focos de queimadas em 2024/Foto: Júnior Aguiar/Secom

Sobre os incêndios com indícios de crimes, o secretário afirmou: “Registramos queixas na Delegacia e estamos em busca desses incendiários criminosos. Quero deixar bem claro para a população que Semeia não é o Corpo de Bombeiros e não temos água para pagar os incêndios, mas podemos identificar seus autores. Independente da pessoa atear o fogo à noite ou em qualquer hora, no dia seguinte fica o rastro do e nós conseguimos, no dia seguinte, chegar ao local, qualquer que seja o local, e a pessoa será penalizada por aquilo que fez. As pessoas vão responder e podem até ser presas, além de pagar multas.

O prefeito Tião Bocalom lembrou que o Brasil inteiro está tendo problemas sérios em relação às queimadas e que o Acre não é exceção em relação a isso.

“A nossa determinação é que a gente vá para cima de quem faz isso. Nós não vamos admitir em hipótese alguma os incêndios criminosos e vamos chamar a polícia para agir em todos os casos. Quando apessoa mete fogo numa área, tem que ser responsabilizada. Às vezes, a área não é nem dele, mas o sujeito toca fogo só para ver as chamas. O caso dessa palheira aqui perto do Horto me deixou muito triste em saber que pessoas metem fogo só por diversão. Nossa Prefeitura tem feito de tudo para evitar os incêndios e até de multar, porque queremos, primeiro, educar ambientalmente, mas a continuar assim vamos ter que agir com todo o rigor da lei”, disse Bocalom.

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