O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) está numericamente à frente na corrida pela prefeitura de São Paulo, de acordo com pesquisa da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) divulgada nesta segunda-feira, 26. Boulos tem 23,1% das intenções.
No entanto, pela margem de erro da pesquisa que é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, há um empate técnico entre o primeiro colocado com o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), tem 21,6%.
Na terceira posição está o influenciador Pablo Marçal (PRTB) com 16,8% das intenções de voto. Pela margem mínima de erro, Nunes também está empatado com o influenciador. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) aparece em quarto com 10,7% da preferência eleitoral, empatado com a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que registra 8,6%. Marina Helena (NOVO) tem 3,9%. Os demais candidatos somaram menos de 1% dos votos.
Essa é a segunda pesquisa eleitoral da FESPSP sobre a disputa pela prefeitura de São Paulo. Na comparação com levantamento anterior, divulgado em julho, Marçal foi o candidato que mais cresceu, com mais de 50% de aumento diante dos 11,4% que tinha no mês passado. Tabata também cresceu quatro pontos percentuais frente aos 4,7% dos votos que tinha em julho. Boulos, por outro lado, perdeu dois pontos de vantagem, Nunes e Datena perderam um ponto cada.
Intenções de voto para prefeito de SP:
- Guilherme Boulos (PSOL): 23,1%
- Ricardo Nunes (MDB): 21,6%
- Pablo Marçal (PRTB): 16,8%
- Datena (PSDB): 10,7%
- Tabata Amaral (PSB): 8,6%
- Marina Helena (NOVO): 3,9%
- Bebeto Haddad (DC): 0,6%
- Altino Prazeres (PSTU): 0,3%
- Ricardo Senese (UP): 0,3%
- João Pimenta (PCO): 0,1%
- Não sabe/Não respondeu: 3,8%
- Branco/Nulo: 10,1%
Segundo turno
A fundação também simulou um segundo turno entre os dois primeiros colocados na pesquisa. Nesse cenário, o atual prefeito seria reeleito com 41,9% dos votos contra 36,2% dos votos em Boulos. Nunes, contudo, oscilou um ponto negativo em relação à pesquisa em julho. Enquanto o candidato do PSOL aumentou um ponto. Brancos e nulos também aumentaram de 13,7% para 15,7%.
Eleitorado da direita dividido
Para a cientista política e professora do curso de Sociologia e Política da Escola da FESPSP Tathiana Chicarino, o empate técnico entre Nunes e Marçal indica um acelerado avanço do candidato do PRTB sobre o eleitorado alinhado à direita. “Essa ofensiva teceu a atual rede de contra-ataques à Marçal, tendo de um lado Nunes em um evidente esforço de mostrar proximidade com [Jair] Bolsonaro, e de outro o ex-presidente e seus filhos Eduardo e Carlos com acusações nas redes sociais”, avalia sobre os recentes embates dos bolsonaristas para frear o avanço de Marçal.
A cientista avalia que o impacto do início da campanha eleitoral, com os primeiros debates televisivos e as disputas nas redes sociais entre os candidatos, resultou em um descompasso na percepção do eleitorado sobre a real representatividade eleitoral da direita em São Paulo. O paradoxo, segundo Chicarino, pode ser observado na pesquisa quando os eleitores foram perguntados sobre o “grau de entusiasmo em saber que o próximo prefeito contará com o apoio de Jair Bolsonaro”. Cerca de 37% dos eleitores se disseram muito entusiasmados quando Marçal é apresentado com esse apoio contra 34% de Nunes.
Ela avalia, contudo, que ainda é preciso aguardar o andamento da disputa para afirmar a possibilidade de que o candidato do PRTB ultrapasse o atual prefeito entre o eleitorado mais conservador. “Precisamos aguardar a nossa terceira rodada da pesquisa, que ocorrerá no final de setembro, para verificar se o crescimento do candidato do PRTB é consistente a ponto de mudar o cenário”.
Aprovação de Nunes
A pesquisa também levantou que cerca de 68% dos paulistanos desejam mudanças na gestão de São Paulo. A porcentagem de eleitores que querem “mudar tudo” subiu 7 pontos percentuais, indo de 16% para 23,2% dos entrevistados na segunda rodada de pesquisa.
O descontentamento com o atual rumo da cidade pode ser medido também pela majoritária reprovação da gestão de Ricardo Nunes, que teve queda de quase 10% em sua aprovação. O prefeito é desaprovado por 47,2% e aprovado por 46,2%.
A pesquisa foi registrada no TSE como SP-02735/2024 e realizou 1.500 entrevistas entre os dias 20 e 22 de agosto. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
* Por causa do arredondamento na segunda casa decimal, a soma das porcentagens é de 99,9%, e não 100%.