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Brasil vai adotar restrições para frear fluxo de migrantes que passa pelo Acre e segue para os EUA e Canadá

Por Matheus Mello, ContilNet

A Associated Press informou nesta quinta-feira (22) que o Brasil vai adotar restrições para controlar o fluxo migratório asiático para os EUA e Canadá.

Alfândega Brasil-Peru, em Assis Brasil, no Acre/Foto: Reprodução

Os migrantes seguem uma rota já conhecida de entrada no Brasil, pelo Acre – que faz fronteira com o Peru – e daqui, seguem na tentativa de entrar nos EUA pela América Central. A maioria vêm da índia, Nepal e Vietnã.

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“As evidências sugerem que esses migrantes, em sua maioria, estão fazendo uso da rota conhecida — e extremamente perigosa — que vai de São Paulo ao estado do Acre, para que possam acessar o Peru e seguir em direção à América Central e, então, finalmente, chegar aos EUA a partir de sua fronteira sul”, diz um dos documentos de uma investigação da Polícia Federal, obtidos pela Associated Press.

As novas regras passam a valer já na próxima segunda-feira (26). Com as restrições, viajantes asiáticos sem vistos válidos terão que continuar sua viagem de avião ou retornar aos seus países de origem.

Contudo, as novas restrições não afetará os viajantes de países asiáticos com acordos de isenção de visto, além dos que são provenientes dos EUA e da Europa.

Acre vive crise migratória

O relatório do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MSJP), aponta que, pelo menos, 143.033 pessoas estavam refugiadas no Brasil em 2023.

Segundo o documento, 58.628 mil migrantes pediram abrigo no Brasil. No ano passado, o Conare, órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública para deliberar sobre refugiados, analisou mais de 138 mil pedidos.

Desses, 6.565 foram no Acre, registrando o terceiro maior número de pedidos para abrigo. Os outros dois maiores foram Roraima, com 71.198, e Amazonas, com 19.663, ambos do Norte, região que registrou 72% das solicitações de todo o país.

Ao todo, o Brasil recebeu pedidos de 150 países diferentes. Os venezuelanos eram 50,3% dos pedidos (29.467), os cubanos 19,6% (11.479) e os angolanos 6,7% (11.479).

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