A três dias do Concurso Público Nacional da União (CNU), servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mantêm o impasse com o governo Lula e votarão nesta quinta-feira (15/8) se entrarão em greve. Os funcionários se reuniram com integrantes do Ministério da Gestão na quarta-feira (14/8), mas não houve acordo.
A mobilização é feita pelos servidores do Inep e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). No mês passado, as carreiras rejeitaram a proposta do governo Lula de reajustes de 9% em 2025 e de 3,5% em 2026.
Os servidores também tentam derrubar regras do governo Bolsonaro que davam margem a cortar gratificações sem razão e desconsideravam os estudos de doutorado como tempo de serviço para a progressão de carreira. Outra reclamação levada ao governo Lula é que vários servidores ficaram sem promoção por falta de vagas, o que contraria a lei que criou as carreiras.
Como mostrou a coluna, três servidores que participam das negociações com o governo afirmaram em reserva que o CNU pode ser afetado pela negociação salarial. Cerca de 30 funcionários do Inep trabalham diretamente no concurso. Uma parte está com passagens compradas para monitorar a prova em várias regiões do país. Num cenário de greve, essas viagens não aconteceriam.
No próximo domingo (18/8), cerca de 2,1 milhões de candidatos farão as provas do CNU em 228 cidades, em todas as unidades da federação. Serão disputadas 6,6 mil vagas em 21 órgãos públicos.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), marcados para novembro, também podem ter o cronograma atrasado por causa da mobilização.