O ex-prefeito de Marechal Thaumaturgo, Isaac Piyãko, que atualmente ocupa o cargo de coordenador Distrital de Saúde Indígena do Alto Rio Juruá, do Ministério da Saúde, falou sobre a situação das comunidades indígenas da região em razão da seca extrema do Rio Juruá e do Rio Amônia.
Isaac, que fez história ao ser o primeiro prefeito indígena eleito no Acre, relatou que mais da metade da população indígena do Juruá está totalmente isolada por conta do nível dos rios.
Em Marechal Taumaturgo, por exemplo, em que Isaac foi prefeito, a chegada de embarcações está impedida. O município depende exclusivamente do transporte fluvial e de pequenos aviões. Com os estoques de combustível quase esgotados, a população fez filas para comprar gasolina nesta semana.
“A nossa equipe não está conseguindo chegar aos territórios. Estamos sem hora voos. Nossos barcos que transportam até os territórios também estão afetados. Pedimos às autoridades parceiras que possamos imediatamente nos unir e se previnir para que a gente não sofra uma situação pior”, disse.
O coordenador lembra ainda que durante o período de seca, a população indígena fica ainda mais vulnerável a problemas de saúde. A principal dificuldade é em razão do isolamento causado pela estiagem dos rios, o que dificulta o acesso as comunidades e o socorro aos indígenas acometidos pelas doenças.
“Sabemos que as doenças respiratórias, diarréia e as viroses aqui nessa região também poderão junto a seca se agravar ainda mais a situação da saúde”, completou.
Ele finaliza pedindo a emergência na criação de um plano estratégico para conter a situação. Segundo ele, mais de 10 mil indígenas – metade da população no Acre -, está sofrendo com a seca extrema.
Segundo dados do Boletim Hidrometeorológico da Secretaria de Meio Ambiente, do Governo do Acre, o Rio Juruá atingiu 4,67 centímetros na mais recente atualização.