ContilNet Notícias

Conheça o megaporto que está sendo construído perto do Acre e promete revolucionar a economia local

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

Uma gigante estrutura está sendo erguida às margens do Oceano Pacífico, na cidade de Chancay, no Peru, localizada 75 km de Lima e 1.887 km do Acre. Este é o Megaporto de Chancay, que está cada vez mais próximo de entrar em operação.

Segundo a Agência de Notícias do Acre, em reportagem especial, a estrutura ‘promete não apenas revolucionar a economia local, mas também ampliar as relações comerciais da América do Sul com os países asiáticos, como a China’.

Megaporto de Chancay, na costa do Oceano Pacífico, recebeu investimento de  U$ 1,3 bilhão (dólares)/Foto: Marcos Vicentti/Secom

O investimento no terminal marítimo está estimado em U$ 3,7 bilhões, ou seja, R$ 20,6 bilhões, e duas empresas estão à frente do empreendimento são Cosco Shipping e Volcan, sendo uma da China, com 60% das ações, e a outra uma tradicional mineradora do Peru.

Após a inauguração, o Porto de Chancay funcionará 24 horas por dia e a estimativa é que sejam gerados 7 mil empregos diretos e indiretos.

A inauguração está prevista para novembro e conta com 3 mil trabalhadores chineses e peruanos na construção/Foto: Marcos Vicentti/Secom

Atualmente, os cargueiros que saem da China em direção ao Peru levam cerca de 45 dias para chegar ao destino. Após início da operação do megaporto, o tempo será de 20 dias, no máximo.

Obras e estrutura do megaporto de Chancay

As obras começaram em 2021 e estão com quase 90% concluídas e conta com cerca de 3 mil operários peruanos e chineses trabalham para deixar tudo pronto para a inauguração, prevista para novembro. Segundo a Agência, há áreas do terminal que tem trabalhadores 24 horas, durante os sete dias da semana.

Para não causar impactos negativos no tráfego de veículo na zona urbana de Chancay, um túnel de 1,8 km está sendo construído. A passagem vai conectar o megaporto à Rodovia Panamericana, o que vai facilitar o acesso de caminhões, além da logística de carga.

O complexo contará com um túnel de 1,8km de extensão, conectando porto à Rodovia Panamericana/Foto: Marcos Vicentti/Secom

Para a construção do megaporto, foi feito a remoção de uma montanha de 50 metros de altura que existia na região. Parte das rochas retiradas do local foi usada para a construção de uma estrutura costeira que protege o terminal e as embarcações do movimento das águas, chamada quebra-mar.

O local tem uma área total de 175 hectares e está dividido em três complexos, sendo a área de ingresso de cargas, o túnel e a zona de operação portuária. Segundo a Agência, quando for inaugurado, o terminal, que possui profundidade média de 17 a 18 metros, terá capacidade para receber o segundo maior navio cargueiro do mundo e movimentar de um milhão a um milhão e meio de contêineres, tornando o local o porto mais movimentado da América Latina.

O megaporto terá capacidade para receber o segundo maior navio cargueiro do mundo/Foto: Marcos Vicentti/Secom

Acre com posição privilegiada

A ligação do Acre com o Oceano Pacífico é um debate que iniciou na década de 70, quando Wanderley Dantas era governador e um dos principais defensores da construção da rodovia que ligaria o Brasil ao Peru.

A interligação entre os dois países aconteceu em 2011, com a inauguração em definitivo da Estrada do Pacífico, mas uma das iniciativas foi o asfaltamento da BR-317 até o município de Capixaba, na década de 70.

O anel viário de Brasiléia e Epitaciolândia, com previsão de finalização até 2025, já está com a ponte construída, restando apenas a pavimentação do novo traçado da pista. O fluxo de veículos pesados, que trafega entre os dois municípios, serão desviados para o futuro contorno da BR-317.

Anel viário de Brasileia e Epitaciolândia é o último grande gargalo de infraestrutura da Estrada do Pacífico/Foto: Pedro Devani/Secom

“O governo do Estado tem todo o interesse no fortalecimento dessa rota e esse porto chega para agregar ainda mais ao nosso progresso. O Acre tem um grande potencial produtivo e a proximidade com o Pacífico é o nosso grande diferencial. Além de encurtar distâncias, reduz o valor do frete e é um importante meio para que os produtos brasileiros cheguem mais rapidamente até a Ásia e vice-versa. Vale frisar a relevância desse projeto para a geração de emprego e renda em nossa região”, disse Gladson à Agência de Notícias do Acre.

O Acre é o estado brasileiro mais próximo do Oceano Pacífico e, com o megaporto, terá uma economia no tempo de chegada e saída de mercadorias pela costa peruana, com uma redução de 20 a 30 dias, em comparação com os principais portos do Brasil, na região Sul e Sudeste.

“Pela proximidade e encurtamento da distância, comparando as rotas marítimas que passam pelo Canal do Panamá ou contornam pela Argentina para chegar ao Porto de Santos, com certeza será muito mais viável vir pela estrada, passando pelo Acre, para chegar às regiões Sul e Sudeste do país, haja vista que são produtos de valor agregado e acaba ficando viável esse tipo de transporte”, disse o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanipal Mesquita.

Com informações da Agência de Notícias do Acre

Sair da versão mobile