BRASÍLIA (16.08.2024) – O deputado Coronel Ulysses (União-AC) fez nesta sexta-feira (16) uma visita institucional ao 9º Distrito Naval da Marinha, em Manaus (AM), para conhecer os detalhes das operações de combate ao narcotráfico que a força desencadeará na região do Vale do Juruá, no Acre, em apoio dos órgãos de segurança estaduais. O envio de um grupamento de Fuzileiros Navais para atuar na região foi acertado em junho pelo comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, durante audiência com Ulysses.
O deputado havia solicitado à Marinha a instalação de uma Base de Fuzileiros Navais, em Cruzeiro do Sul (AC), mas, devido às restrições orçamentárias a unidade, por enquanto, a unidade não será instalada. Mas, para atender o pedido de Ulysses, o Comando da Marinha decidiu enviar, sazonalmente, grupamentos de fuzileiros para atuar no combate ao tráfico nos rios do Juruá. A Marinha já realiza esse tipo de operação em outros estados da Amazônia, fazendo apreensões recordes de drogas.
Em Manaus, Ulysses foi recebido pelo comandante do 9º Distrito Naval, vice-almirante João Alberto de Araújo Lampert. Ali, o deputado conheceu as instalações da unidade militar e esteve embarcado no navio P20 (Pedro Teixeira). Além de estreitar as relações institucionais com a Marinha, a ida de Ulysses à sede do distrito naval teve a finalidade de tratar sobre o apoio dos fuzileiros navais em apoio às ações dos órgãos de segurança pública do Acre.
“Hoje, por exemplo, estamos acertando com o almirante [Lampert] as ações da Marinha nas áreas de fonteiras do Acre”, explicou Ulysses, acrescentando que as operações ribeirinhos com os fuzileiros navais são essenciais para reduzir o narcotráfico em regiões de difícil acesso do Estado.
Ao agradecer a visita de Ulysses, o almirante Lampert enfatizou que a Marinha se mantém atuante na Amazônia em defesa da soberania brasileira. Destacou, ainda, a interação com o Legislativo, representando no ato por Ulysses, e ressaltou que, “a Marinha está à disposição da população do Acre para ajudar no combate aos crimes transfronteiriços e outras ações que forem necessárias”.
Patrulhamento nas fronteiras é indispensável, diz Ulysses
Durante o encontro no 9º Distrito Naval, Ulysses fez ao almirante Lampert uma exposição detalhada sobre o narcotráfico na região do Juruá, no Acre, e destacou que o patrulhamento fluvial rotineiro dos rios do Juruá é urgente, “porque, infelizmente, a região se encontra tomada por facções criminosas de São Paulo e do Rio de Janeiro, que atuam no tráfico internacional de drogas, em especial, de cocaína”.
A audácia e o terror imposto por essas narco-organizações criminosas têm forçado comunidades do Vale do Juruá a “proteger suas rotas fluviais como olheiros”, ou a ajudá-los a abrir “picadas” (caminhos no meio da selva Amazônica) para escoarem a produção de drogas, notadamente a cocaína. “E da forma como está, o Brasil pode perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado”, alertou Ulysses.
Segundo Ulysses, a presença dessas organizações criminosas na região do Juruá é devido sua aproximação da Província de Ucayalli, na Amazônia peruana, onde, segundo dados da Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Vida Sem Drogas (DEVIDA) do Peru, em 2022 havia 14.531 hectares de plantações de coca na região, sendo quatro vezes maior do que a área registrada em 2020.
O avanço do narcotráfico em áreas isoladas da Amazônia, de acordo com Ulysses, é preocupante e exige uma ação rápida, efetiva e constante do governo federal, por meio de Segurança Pública e também das Forças Armadas, sendo a participação da Marinha de extrema importância, pois o principal modal de transporte utilizado por traficantes que atuam na região é o fluvial.
Criminosos recrutam ‘soldados do tráfico’ nas periferias de cidades da região
A região do Vale do Juruá abriga oito municípios – Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Jordão e Tarauacá. Ali, diz Ulysses, “além de recrutar ‘soldados do tráfico’ nas periferias das cidades do Vale do Juruá, as organizações criminosas têm levado medo e terror às populações ribeirinhas, indígenas e seringueiros”.
A audácia e o terror imposto por essas narco-organizações criminosas têm forçado comunidades do Vale do Juruá a “proteger suas rotas fluviais como olheiros”, ou a ajudá-los a abrir “picadas” (caminhos no meio da selva Amazônica) para escoarem a produção de drogas, notadamente a cocaína
“Assim, para inibir a ação desses criminosos, o patrulhamento fluvial dos rios da região é medida indispensável”, enfatizou Ulysses.