Deputados federais do PSol e da Rede acionaram o Ministério Público Federal (MPF) contra o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), em decorrência de uma declaração a respeito dos indígenas Avá Guaranis, do oeste do estado.
O governador, em entrevista à imprensa, chamou os indígenas de “índios paraguaios” ao se posicionar contra a ocupação de terras nas cidades de Terra Roxa e Guaíra. Os deputados classificaram a declaração de Ratinho Júnior como “racista”.
“É inadmissível que um agente público, especialmente um governador, use seu cargo para promover o racismo e atacar direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal”, argumenta a deputada Célia Xakriabá (PSol-MG).
Além de Célia, assinam a representação Carolina Dartora (PSol-PR), Erika Hilton (PSol-SP), Fernanda Melchionna (PSol-RS), Francisco Rodrigues de Alencar Filho (PSol-RJ), Glauber Braga (PSol-RJ), Guilherme Boulos (PSol-SP), Henrique Vieira (PSol-RJ), Ivan Valente (PSol-SP), Luciene Cavalcante (PSol-SP), Luiza Erundina (PSol-SP), Sâmia Bomfim (PSol-SP), Talíria Petrone (PSol-RJ), Tarcísio Motta (PSol-RJ) e Túlio Gadêlha (Rede-PE).
O Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também se manifestou a respeito da declaração do governador do Paraná. “Evidências arqueológicas e antropológicas, amplamente documentadas, atestam a ancestralidade da presença indígena na região” destaca a nota.
No fim do ano passado, os Avá Guarani foram alvo de um ataque de fazendeiros da região da terra indígena Tekoha Guasu Guavira, segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), inclusive, chegou a ser proibida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) de entregar itens para o povo Avá Guarani, que está em processo de retomada.
O Metrópoles tentou contato com a equipe do governador do Paraná, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.