Os homens que estupraram uma menina de 13 anos na Praia Grande, no litoral paulista, registraram o crime em vídeo, segundo a polícia. A investigação aponta que pelo menos dez suspeitos, entre adolescentes e adultos, abusaram da vítima ao longo de dois dias.
“Foi filmado, mas não dá para ver o rosto dos agressores”, disse a delegada Lyvia Bonella, responsável pelo caso, ao portal G1. As imagens permitiram a polícia identificar cinco dos envolvidos — quatro menores e um adulto.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um suspeito de 19 anos foi preso na noite da última sexta-feira (9/8), no bairro Tupiry. Ele era procurado pelo abuso sexual da menor, cometido em julho deste ano.
“Consegui identificá-lo porque ela mantinha conversa com eles pelo Instagram e os pais autorizaram que eu verificasse”, afirmou a delegada. O celular do suspeito foi apreendido.
Estupro coletivo
Segundo a polícia, a menina de 13 anos foi vítima de estupro coletivo durante um encontro com o suposto namorado, de 15 anos. Ela teria sido violentada sexualmente pelo grupo em três locais diferentes.
A adolescente ficou sem dar notícias à família por dois dias. O desaparecimento chegou a ser registrado na delegacia da cidade. A família descobriu o estupro sofrido pela menina por meio da mãe de uma colega.
Segundo a delegada, durante o período em que ficou desaparecida, a menina sofreu uma série de estupros. Não há um número preciso de suspeitos, mas a polícia estima que pode chegar a 12 homens.
“Tinha um rapaz com quem ela tinha, ou achava que tinha, um relacionamento, também menor de idade. Esse rapaz marcou um encontro com ela para ficarem juntos em uma casa emprestada. Só que, quando ela chegou, não tinha só esse rapaz”, disse a delegada ao G1.
De acordo com o relato da vítima, o suposto namorado queria que a adolescente fizesse sexo com ele e outro rapaz. Ela negou, mas foi ignorada. A delegada contou à reportagem que a menor afirma ter mantido relação com um deles e ingerido bebida alcoólica. Depois, outros meninos apareceram e a levaram para outra casa.
No local, ela disse ter sido estuprada por oito pessoas. O grupo e a vítima ainda se mudaram para outro imóvel, onde ela teria sido abusada por mais três pessoas.
Lyvia disse ao G1 que a adolescente confirmou as violações que sofreu durante a escuta personalizada, quando um profissional da psicologia acompanha o depoimento da vítima. “Ela havia ingerido bastante bebida alcoólica. Era a única menina no local em um grupo de meninos”, afirmou a delegada.
A delegada disse que ainda não sabe se a vítima foi mantida em cárcere privado ou no local por espontânea vontade. “Nem se ela quisesse ir embora, não poderia, porque eram vários rapazes contra ela e foram dando bebida alcoólica. Uma situação extremamente delicada mesmo.”
Na manhã desta quinta-feira (15/8), a SSP afirmou que “diligências são realizadas visando à localização e à prisão de outros envolvidos”. O caso foi registrado como estupro de vulnerável e captura de procurado na Delegacia de Defesa da Mulher de Praia Grande.