Uma fita branca com alianças une dois caixões de um casal vítima da queda do avião ATR-72 da Voepass, em Vinhedo (SP), na sexta-feira (9). O acidente aéreo deixou 62 vítimas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.
Os corpos da fisiculturista Daniela Schulz Froda e do marido dela, o policial rodoviário Hiales Carpine Froda, foram velados na segunda-feira (12) em Santa Rosa, Noroeste do Rio Grande do Sul, cidade onde a mulher nasceu.
Há cinco anos, eles moravam no município de Ubiratã, no Paraná. Eles embarcaram no voo entre Maringá (PR) e Guarulhos (SP) para seguir em viagem para os Estados Unidos, onde Daniela participaria de uma competição.
Na despedida, amigos e parentes de Daniela prestaram homenagens às vítimas.
“Quando ela conheceu o marido dela, o Hiales, eu trabalhava no hospital de telefonista. Nunca me esqueço que ela chegou lá em um sábado de tarde com ele e disse: ‘dinda, vim trazer meu namorado pra ti conhecer'”, contou a madrinha da fisiculturista, Fátima Corrêa.
A irmã de Daniela conta que, há pouco mais de 10 dias, a família foi ao Paraná visitá-la.
“Se a gente soubesse que aquele abraço seria o último, teria ficado mais tempo com ela abraçando… Mas eu acho que foi bom [ter ocorrido] essa viagem porque foi a nossa despedida, e foi muito bom, porque a gente aproveitou cada momento com eles”, relembra.
O velório continua nesta terça-feira (13) na cidade de Moreira Sales, no Paraná. O sepultamento do casal será no mesmo dia, às 10h, na cidade paranaense.
Daniela publicou os momentos anteriores ao embarque no avião que saiu de Cascavel. No vídeo, comenta sobre a viagem que faria com o esposo e a escala de voo que teriam em Guarulhos. (Veja abaixo)
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Outros três gaúchos estavam no voo:
- André Armindo Michel, representante comercial de 52 anos que nasceu e morava em Campo Bom;
- Debora Soper Avila, de 29 anos. Ela era uma das comissárias de bordo do avião, natural de Porto Alegre;
- Diogo Avila, pelotense de 42 anos que estava construindo uma carreira na indústria farmacêutica.
Os familiares ainda aguardam a liberação dos corpos.
Como foi a queda
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. “A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.
A aeronave caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo, e pertence à companhia aérea Voespass Linhas Aéreas, antiga Passaredo. De acordo com a empresa, ao avião era um turboélice de passageiros, modelo ATR-72.
O avião saiu de Cascavel às 11h46 e pousaria em Guarulhos.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lamentou o acidente e disse que vai monitorar “a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa”. Além disso, informou que vem tomando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes.
A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para investigar o acidente. Um “gabinete de crise” foi montado pela corporação na casa de um morador dentro do condomínio onde houve a tragédia.
No início da noite de sexta, a FAB confirmou ter encontrado as caixas-pretas, que depois seriam enviadas a Brasília.