Os supostos vazamentos de diálogos do ministro Alexandre de Moraes orientando investigação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra bolsonaristas, segundo publicação do jornal Folha de São Paulo, foram objetos de discurso do senador Márcio Bittar (UB-AC) no plenário do Senado na tarde desta quarta-feira (14).
Em Brasília, líderes das oposições ao atual Governo e outros parlamentares ligados ao PL e ao ex-presidente Jair Bolsonaro vêm se organizando para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), agora ex-presidente do TSE, em cujo documento também constará a assinatura de Márcio Bittar, segundo ele próprio anunciou no discurso.
“Todos os limites foram quebrados”, disse o senador, ao acusar Alexandre de Moraes de, na prática, ter cassado o mandato do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Decisão do ministro aplica multa de R$ 50 milhões ao senador, além de outras medidas como entrega de seus passaportes e proibição de uso de redes sociais. Isso, na prática, segundo Bittar, representa a cassação do mandato do senador.
“Se um senador, que não dispõe de R$ 50 milhões para arcar com a decisão do ministro, e tudo o que ele receber vai ficar retido, significa que toda a estrutura do Senado para ele exercer seu mandato está fora de seu alcance. Isso significa que, na prática, o senador está cassado”, acrescentou o senador.
Márcio Bittar também acusou Moraes de perseguir bolsonaristas, “mandando prender a quem anda com a Bíblia debaixo do braço, que tem menos privilégios do que estupradores”. De acordo com o senador, isso vem desde a campanha eleitoral, quando o TSE perseguiu um candidato enquanto beneficiava a outro, numa clara referência à disputa entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, do PL. “Por isso, desta vez assino o pedido de impeachment deste ministro”, disse o senador.