Poucas produções culturais conseguem chegar ao posto de fenômeno. Após 25 anos, é possível dizer que Matrix, longa das irmãs Wachowski lançado em 1999, chegou a esse patamar. Para além do cinema, a produção se inseriu na socieade, em campos variados, que vão da filosofia ao estilo urbano.
Em 2024, Matrix comemora 1/4 de século e segue sendo um elemento importante no cinema, como na inserção da tecnologia bullet time, quanto na sociedade, colocando discussões sobre a relação entre humanos e tecnologia.
“Um dos pontos mais interessantes de Matrix continua sendo a forma como o filme retrata a relação do homem com a tecnologia. Influenciado por todos os ansieios duvidas que a virada do milênio trazia, o longa é um oráculo da nossa relação com a tecnologia”, pondera Fabiana Lima, crítica de cinema.
Escritor de ficção científica, com foco em afrofuturismo, Alê Santos coloca a perspectiva de “previsão” do futuro do filme como uma de suas forças. Vale lembrar que Matrix gerou outros três capítulos em 2003, 2003 e 2021.
“A sociedade tava passando por várias transformações, a internet se transformando em uma coisa cada vez mais forte. Então, Matrix foi quase uma previsão do futuro”, pondera.
Matrix é queer?
Entre 2012 e 2016, as Lana e Lilly Wachowski fizeram a transição de gênero. Após esse fato, a trama de Matrix passou a ganhar uma leitura queer, que reascendeu o interesse pelo longa.
“No centro de Matrix está a ideia de subversão da realidade, de questionar o mundo em que vivemos e que nos é imposto, essa premissa ressoou com a comunidade queer, que muitas vezes sente que vive um realidade que não reflete quem realmente são”, avalia a streamer Bryanna Nasck.
“Para as pessoas queer, principalmente pessoas trans como eu, Matrix pode ser visto como uma metáfora da jornada de transformação do seu verdadeiro eu”, conclui.