O renomado violoncelista brasileiro Antonio Meneses morreu neste sábado (3/8), na Basileia, Suíça, aos 66 anos. A morte foi comunicado nas redes sociais do músico.
Diagnosticado em junho com glioblastoma multiforme, um tipo agressivo de tumor cerebral, o músico optou por cuidados paliativos em casa e anunciou sua despedida dos palcos no início de julho.
A pedido do próprio artista, não haverá funeral, e seu corpo será cremado. Ele deixa esposa, Satoko, e um filho, Otávio, fruto de seu primeiro casamento.
Carreira
Nascido no Recife em 23 de agosto de 1957, Meneses iniciou seus estudos de violoncelo aos dez anos, influenciado pelo pai, João Gerônimo, trompista da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB).
Desde cedo, demonstrou talento e dedicação ao instrumento, destacando-se em 1971 ao se apresentar com a OSB.
Sua carreira internacional começou a deslanchar em 1977, após uma apresentação em Washington, e se consolidou ao vencer o prestigiado Concurso Tchaikovsky em Moscou, em 1982.
Ao longo de sua carreira, Meneses trabalhou com grandes nomes da música clássica, incluindo o maestro Herbert von Karajan, com quem gravou obras icônicas como o “Concerto Duplo de Brahms” e “Dom Quixote, op. 35” de Richard Strauss.
Além disso, integrou o prestigiado Beaux Arts Trio de 1998 a 2008, tornando-se uma referência na música de câmara.
Busca incansável pela perfeição
Antonio Meneses sempre se destacou por sua busca incansável pela perfeição e pelo entendimento profundo das obras que interpretava.
Em 2009, em meio à recuperação de um tumor no braço, compartilhou suas reflexões sobre o processo de estudo e a importância da conexão espiritual com a música no livro “Antonio Meneses – A Arquitetura da Emoção”.
Apesar de viver na Suíça desde 1989, Meneses manteve fortes laços com o Brasil, colaborando com músicos brasileiros e encomendando obras de compositores nacionais, contribuindo para a divulgação da música brasileira pelo mundo.