Uma “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional” (ESPII) representa o mais alto nível de alerta da OMS em relação a uma doença, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional da entidade. Para que um surto seja considerado uma emergência global, são levados em conta vários aspectos epidemiológicos, incluindo o potencial de transmissão, a população suscetível, a severidade da doença, a capacidade de impactar viagens internacionais, entre outros fatores.
O alerta enfatiza o risco de uma doença se disseminar para outros países através da propagação internacional, além de alertar para a necessidade de uma resposta internacional coordenada para a contenção dessa doença. Em janeiro de 2020, por exemplo, a Covid-19 foi declarada como uma ESPII e, em março, foi caracterizada como uma pandemia.
O que é mpox e quais são seus sintomas?
A mpox é uma doença causada pelo mpox vírus, do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. A transmissão do vírus para humanos acontece por meio do contato com pessoas infectadas ou materiais contaminados com o vírus. A doença pode se espalhar por contato próximo, como toque, beijo ou sexo, bem como por materiais contaminados como lençóis, roupas e agulhas, segundo a OMS.
Os principais sintomas da doença são as lesões na pele, que podem vir acompanhadas de febre, dor no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. De acordo com o Ministério da Saúde, o intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox varia de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
As lesões na pele podem ser planas ou levemente elevadas, e são preenchidas por um líquido claro ou amarelado. Conforme a doença evolui, podem formar crostas, que secam e caem. As lesões podem se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas também podem surgir em outras partes do corpo, incluindo boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
Casos de mpox no mundo
De janeiro de 2022 a junho de 2024, a OMS registrou 99.176 casos confirmados de mpox em 116 países. No período, foram contabilizadas ainda 208 mortes provocadas pela doença.
Dados do relatório de situação divulgado segunda-feira (12) pela entidade mostram que, apenas em junho, 934 casos foram confirmados laboratorialmente e quatro mortes foram notificadas em 26 países, “sinalizando transmissão contínua da mpox em todo o mundo”.
No continente africano, a República Democrática do Congo responde por 96% dos casos confirmados em junho. Pelo menos quatro novos países na África Oriental, incluindo Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, reportaram seus primeiros casos de mpox – todos ligados ao surto em expansão na região. Já a Costa do Marfim registra um surto da doença, mas de outra variante, enquanto a África do Sul confirmou mais dois casos.