As Forças Armadas deram mais um passo em relação à participação feminina na Aeronáutica, no Exército e na Marinha: Mulheres a partir de 18 anos poderão se alistar voluntariamente, ou seja, diferente do que acontece com os homens e construir carreira. Ainda que façam parte dos serviços militares desde 1980, foi em 2023 que a médica Carla Lyrio Martins tornou-se a primeira Oficial-General das Forças Armadas de 3 estrelas ao assumir o cargo de Major-Brigadeiro.
A Major foi também a primeira mulher promovida ao Generalato na Força Aérea Brasileira (FAB), a primeira a comandar uma Organização Militar na FAB e também faz parte da primeira turma mista – masculina e feminina – do Quadro de Oficiais Médicos da Instituição.
Carla ingressou na Força Aérea em 1990, é especialista em Medicina Aeroespacial e foi diretora da Casa Gerontológica Brigadeiro Eduardo Gomes; Diretora do Hospital central da Aeronáutica; Subdiretora de Saúde Operacional da Diretoria de Saúde da Aeronáutica e Diretora do Hospital de Força Aérea do Galeão, entre outras funções. Com a promoção, foi designada diretora da Escola Superior de Defesa, conforme afirma o site oficial da FAB.
Antes da major-Brigadeiro, em 2012, Dalva Maria Carvalho Mendes foi promovida à patente de Contra-Almirante, posto mais alto ocupado por uma mulher entre todas as forças armadas até aquele ano.
Foi também na Marinha que as mulheres puderam integrar as Forças Armadas pela primeira vez, em 1980, quando foi criado o Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM). Atualmente, o número passa dos 34 mil brasileiras integrantes.
Anteriormente, mulheres só entravam nas Forças Armadas após serem admitidas em cursos de formação de suboficiais e oficiais. Em 2018, 33 mulheres foram recebidas na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro: foi a primeira vez na história do Exército que elas puderam se tornar oficiais e, depois, poderiam chegar à patente de general e até ao comando do Exército.
Com a nova regra, as mulheres selecionadas não adquirirão estabilidade no serviço militar e comporão a reserva não remunerada das Forças Armadas após serem desligadas do serviço ativo. Elas poderão, assim como os homens, se alistar voluntariamente.
É importante lembrar que não existe na língua portuguesa as formas femininas das patentes. Ou seja, é errado dizer generala, sargenta, coronela e capitã, por exemplo. A forma correta é usar a mesma denominação para homens e mulheres.