No Acre, professor comete transfobia ao falar sobre Olimpíadas; boxeadora não é trans

O Comitê Olímpico da Argélia condenou os ataques "infundados" à pugilista cisgênero

O professor de direito da Universidade Federal do Acre e diretor da Gracie Barra Acre, escola de Jiu-Jitsu e Defesa Pessoal, Leonardo Calid, comentou sobre o caso da boxeadora Imane Khelif, de 25 anos, nas Olimpíadas de 2024. Contudo, ao chamar a atleta de “homem biológico”, ele errou, pois, Imane não é trans.

Leonardo Calid, comentou sobre o caso da boxeadora Imane Khelif, de 25 anos, nas Olimpíadas de 2024/Foto: Reprodução

“31 anos praticando artes marciais, eu afirmo que não há possibilidade de, a partir dos 10 ou 12 anos, realizar qualquer combate entre uma mulher e um homem biologicamente falando, mesmo que ele tenha feito a transição de gênero. Não há condições de igualdade no quesito força e potência”, disse.

O Comitê Olímpico da Argélia condenou os ataques “infundados” à pugilista cisgênero – pessoa que se identifica com o gênero que nasceu:

“Tais ataques são infundados, especialmente enquanto ela se prepara para o auge de sua carreira nas Olimpíadas. O COA tomou todas as medidas necessárias para proteger nossa campeã”, comentou.

Na Argélia, país de Imane, a identidade transgênero é proibida. Mudanças de gênero em documentos e tratamentos médicos ou hormonais para transição não são permitidos. O COA também condenou a perseguição à atleta Imane Khelif por certos meios de comunicação estrangeiros.

Transfobia

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela criminalização da homofobia e da transfobia, que passaram a ser enquadradas pela Lei de Racismo. Na decisão, a Corte definiu como crime condutas que “envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém”.

A pena pode ir de um a três anos de prisão, além de multa. E pode chegar a até cinco anos de reclusão se houver divulgação ampla do ato.

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