Número de queimadas em Rondônia é o maior em cinco anos; fumaça encobre cidades do estado

Somente em agosto foram registrados mais de 3,4 mil focos de queimadas em Rondônia

As nuvens de fumaça que encobrem cidades de Rondônia nesta terça-feira (26) reforçam: o estado segue batendo recordes de queimadas. O número de focos registrados entre 1º de janeiro e 26 de agosto é o maior em cinco anos, além de representar um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023.

(CORREÇÃO: o g1 errou ao informar que o número de queimadas registrado entre 1º de janeiro e 26 de agosto de 2024 em Rondônia é o maior em seis anos. Na verdade, a quantidade é a maior em cinco anos, desde 2019. A informação foi corrigida às 14h56.)

Incêndio no Parque Guajará-Mirim, em Rondônia — Foto: PrevFogo

Dados do Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que somente em agosto foram registrados mais de 3,4 mil focos: o pior mês em todo o ano de 2024.

🔎 Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados “satélites de órbita” possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro desse tamanho para ser localizada, segundo informações do Inpe.

Se comparado com o mesmo período de 2023, o crescimento nos focos de incêndio é de 144%. A situação se mostra mais preocupante se considerado que o mês de julho foi o mês com maior número de queimadas de 2024, com 1,6 mil focos, e também o pior se comparado com o mesmo período dos últimos 19 anos.

Fonte: INPE

Nesta terça-feira (27), ainda conforme o Inpe, Rondônia é o terceiro estado do país com mais focos de queimadas. A quantidade corresponde a 15% de todos os registros feitos no Brasil.

Quase todos os estados com os piores índices estão na região Norte, com exceção do Mato Grosso do Sul e Maranhã. Confira os estados e a quantidade de focos:

  • Mato Grosso: 21.694
  • Pará: 14.794
  • Amazonas: 12.696
  • Mato Grosso do Sul: 9.635
  • Tocantins: 7.344
  • Maranhão: 6.658
  • Rondônia: 5.513

😷O cenário de seca e queimadas excessivas contribuem para colocar Porto Velho entre os piores índices de qualidade do ar do país. Segundo a plataforma suíça de monitoramento, IQAir, a capital de Rondônia liderou novamente o país como a pior cidade para respirar.

O índice de qualidade do ar registrado entre 9h e 10h foi de 874, considerado “Perigoso”. A classificação varia entre “Bom”, “Moderado”, “Insalubre para grupos sensíveis”, “Insalubre”, “Muito insalubre” e “Perigoso”.

Fumaça encobre Porto Velho — Foto: Silas Paixão

Fumaça encobre Porto Velho — Foto: Silas Paixão

O texto justifica, entre outros pontos, que “o panorama das queimadas em Rondônia tornou-se extremamente preocupante, com números que superam significativamente os registrados em anos anteriores”.

Além das altas temperaturas e a fumaça, os moradores de Rondônia também enfrentam uma seca extrema. Moradores das comunidades ribeirinhas, que vivem às margens do Madeira, sofrem com a falta de um recurso essencial: a água.

Seca rio Madeira 2024 — Foto: Rede Amazônica

Seca rio Madeira 2024 — Foto: Rede Amazônica

Por conta da estiagem, o Igarapé Maravilha, que banha a comunidade de mesmo nome, secou completamente em menos de um mês. As poucas dezenas de peixes que restavam morreram sem oxigênio.

O Rio Madeira segue batendo mínimas históricas e a previsão é que continue baixando, já que não existem chuvas previstas para a bacia do Madeira.

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