Uma investigação da Polícia Civil do Acre, coordenada pela Delegacia de Repressão e Crimes Fazendários (Defaz), mirou em 4 servidores ativos e 2 inativos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz/AC), que agiam junto a empresários da capital em um esquema de sonegação de impostos.
A operação, chamada de Amaterasu, apreendeu mais de 600 cabeças de gados, veículos e casas em Rio Branco. Além do Acre, as investigações também chegaram a outros dois estados: Rondônia e Paraíba. A Polícia pediu o sequestro de quase 60 veículos. Desses, 9 já foram apreendidos.
O delegado responsável pelo caso, Pedro Buzolin, explicou que as investigações começaram a partir de informações que miraram em um servidor público da Sefaz, resultado de uma investigação anterior.
Ainda de acordo com o delegado, os servidores agiam ao ‘fazer vista grossa’ na fiscalização na entrada dos caminhões com mercadoria na divisa do Acre com Rondônia, além de atuarem facilitando os empresários no sistema da Secretaria de Fazenda.
“A partir desse servidor nós conseguimos achar uma rede de servidores que atuavam a favor da prática do crime de sonegação fiscal. Parte do esquema envolvia a facilitação de entrada de mercadorias sem recolhimento de imposto e a parte de tentar mascarar débitos fiscais”, disse.
Ao todo, foram lavrados 12 mandatos de busca e apreensão. Durante o cumprimento, dois investigados foram conduzidos a Delegacia por posse ilegal de arma. Um foi alvo de medidas cautelares com uso de tornozeleira eletrônica.
Durante a coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (19) para dar mais informações sobre as investigações, o delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, lembrou que a operação foi conduzida pela Defaz, delegacia criada durante o governo Gladson para cobrir crimes fazendários. Ele informou que 6 empresários foram alvo da operação.
“Quatro são do Acre e outros dois da Paraíba e Rondônia. Isso demonstra a transparência do Estado em combater esse tipo de crime”, completou.
O secretário da Fazenda, Amarisio Freitas, também presente na coletiva de imprensa, declarou que a pasta promoveu todas as informações necessárias ao Ministério Público e a Polícia Civil, para facilitar as investigações.
“Não só a Sefaz, mas o Governo do Estado não compactua com ilícitos e malfeitos. Tão logo, quando o MP ou os delegados pedem informações de forma sigilosa, a gente transita dentro da Sefaz também de forma sigilosa e criteriosa para que não atrapalhe as investigações”.