Oscilação e queda física do Corinthians proporcionaram noite épica de Hugo Souza

Goleiro só brilhou nos pênaltis porque Timão cedeu virada em jogo que era controlado

Os mais de 42 mil torcedores do Corinthians presentes na Neo Química Arena e os milhões espalhados pelo mundo se lembrarão por muito tempo da noite desta terça-feira, em que Hugo Souza pegou três pênaltis seguidos do Bragantino e garantiu a classificação da equipe para as quartas de final da Copa Sul-Americana.

Foi emocionante e sofrido, do jeito que a Fiel gosta. Mas não precisava ser assim. Hugo Souza só viveu uma noite épica em Itaquera porque o Corinthians deixou escapar pelas mãos um jogo que era controlado até o intervalo.

Jogadores do Corinthians comemoram classificação na Sul-Americana — Foto: Marcos Ribolli

Mais uma vez a equipe oscilou dentro da partida e aparentou definhar fisicamente ao longo dos 90 minutos. Parece irrelevante falar disso no dia seguinte a uma classificação heroica, mas é algo a se atentar de olho na sequência da temporada, que entra em sua reta decisiva.

Para seguir avançando nas copas e, mais importante, fugir da zona de rebaixamento do Brasileirão, o Corinthians precisa de mais regularidade.

Assim como já havia sido na partida de ida contra o Bragantino, o Timão fez um ótimo primeiro tempo, mas caiu muito de rendimento na etapa final.

Jogadores do Corinthians comemoram classificação na Sul-Americana — Foto: Marcos Ribolli

Jogadores do Corinthians comemoram classificação na Sul-Americana — Foto: Marcos Ribolli

Novamente com três zagueiros, a equipe teve em seus laterais uma importante válvula de escape na etapa inicial. Fagner e, principalmente, Matheus Bidu apareceram bastante no ataque e foram importantes para criar jogadas a partir de associações com os meias.

Juntos pela 10ª vez como titulares, Igor Coronado e Garro se aproximavam para tabelas e, embora o camisa 77 ainda não ofereça tanta intensidade, é inegável o acréscimo de qualidade oferecido por ele.

Tal qual na partida da semana passada, Pedro Caixinha preencheu mais o ataque na volta do intervalo, e o Corinthians não soube responder. Em sua entrevista coletiva, o técnico Ramón Díaz admitiu a oscilação na etapa final, mas atribuiu a queda de rendimento mais a uma questão de postura do que técnica ou tática.

Não é bem assim. Em vez de fortalecer a marcação no meio de campo, o argentino preferiu mudar peças sem mexer no desenho tático. Aos 22, trocou Fagner por Matheuzinho e Giovane por Pedro Henrique. Depois, quando o Bragantino já tinha virado o placar, outra alteração de “seis por meia dúzia”: Breno Bidon no lugar de Charles.

Somente aos 36 minutos o treinador decidiu arriscar um pouco mais, com Wesley no lugar de Coronado.

É verdade que os dois gols do time interior saíram em lances de bola parada, primeiro num lateral e depois num escanteio. Mas as correções necessárias no Corinthians vão além da bola parada.

O Timão está a cinco jogos de um título continental e a seis de um nacional. Difícil não se empolgar com a possibilidade de conquistar uma das copas, ainda mais contando com um goleiro em momento tão especial. Porém, o foco da equipe ainda tem de ser no Brasileirão. Somente depois de se afastar da zona de rebaixamento o Corinthians terá tranquilidade para sonhar com objetivos maiores em 2024.

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