Até o momento, quatro adolescentes foram identificadas como vítimas do padre Paulo Araújo da Silva, 31, e mais de 260 mídias de sexo explícito do sacerdote com essas meninas, segundo delegado José Barradas, titular da Delegacia Interativa de Políicia (DIP) de Coari. Ele foi preso nesse fim de semana no mesmo município.
Durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (19), a polícia informou que as investigações iniciaram após o envio de vídeos por denúncia anônima, relatando sobre os crimes de estupro de vulnerável, em especial o de uma jovem de 17 anos.
“Desde os 14 anos ela era violentada pelo padre. Dessa relação, no ano passado, ela acabou engravidando e ele (padre Paulo) a obrigou a tomar um medicamento abortivo, o que é outro crime. Teve a participação do Francisco Reiner, amigo do padre, que conseguiu e levou remédio para que a jovem tomasse, ele está sendo procurado”, acrescentou o delegado.
Ainda conforme o titular do DIP Coari, ao ingerir esse medicamento, o feto foi expelido e, na casa do Franciso, o feto foi enterrado sem que ninguém soubesse, segundo relato da vítima em depoimento e constatado por fotos durante as investigações.
Abusador
O modus operandi do padre, não só com a adolescente de 17 anos, como com as outras três vítimas já identificadas, todas com envolvimento na paróquia que o padre atuava, era o mesmo de qualquer outro abusador: ele se utilizava da violência psicológica e ameaças para que as vítimas não o denunciassem e nem que deixassem o relacionamento sexual com ele.
“As vítimas falavam que elas não queriam mais ficar com ele, era quando ele começava a dizer ‘Você é minha, você me pertence. Se não ficar comigo não ficará com mais ninguém’. Possivelmente, esse número de vítimas ainda pode aumentar com a sua prisão”, explicou o delegado.
Doentio
A prisão foi feita na própria paróquia que o padre Paulo congregava. No momento do cumprimento do mandado, foram apreendidos R$ 30 mil. O padre estava na cama com uma jovem que recentemente completou 18 anos, uma outra vítima dele, além das mais 260 mídias de sexo do padre com menores de idade.
“Toda vez que o padre tinha relação, ele gravava os vídeos e armazenava em seu celular, que também foi apreendido, assim como o notebook, que também passará por perícia”, finalizou o delegado Barradas.
O delegado-adjunto da Polícia Civil, Guilherme Torres, enfatizou na coltiva que o crime foi um caso isolado e que é importante que isso não seja ligada à religião. “Enfatizamos que a Igreja Católica nos ajudou e muito durante as investigações, deixando isso em mais absoluto sigilo, para que o padre não desconfiasse e tentasse fugir. Por isso o nosso agradecimento pela ajuda”, afirmou.